O verão está batendo à porta e ele convida para atividades ao ar livre, passeios e, claro, piscina e banhos de mar e cachoeiras. Contudo, com ele chega também a campanha Dezembro Laranja, que visa alertar e conscientizar sobre os riscos do câncer de pele. Em 2019, o tema da campanha é #SinaisDoCâncerDePele e alerta sobre os sinais do câncer de pele para diagnóstico e tratamento precoces, aumentando as chances de cura.
Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia mostram que 1 a cada 4 novos casos de câncer no Brasil são de câncer de pele. São registrados 4 mil óbitos por câncer de pele a cada ano.
É preciso se prevenir. E um dos principais aliados é o filtro solar, que pode ser spray, loção, creme, gel e até cera. São muitas as opções e marcas que muitas vezes o consumidor fica confuso. E, na dúvida, escolhe pelo preço. Contudo, é importante saber como o protetor solar age para evitar os danos da radiação e, principalmente, escolher o mais adequado para o seu tipo de pele.
Os protetores são compostos de uma mistura de produtos químicos que agem de diferentes formas. “Geralmente, ao escolher um protetor solar, o consumidor é guiado pelo número do FPS. Mas, na formulação de um fotoprotetor, dois tipos de filtros podem ser encontrados: os orgânicos (químicos) e os inorgânicos (físicos)”, afirma a dermatologista Kédima Nassif, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Confira a seguir como funciona cada um deles e as indicações de uso:
Filtro físico
Alguns produtos químicos inorgânicos, incluindo minerais como óxido de zinco ou dióxido de titânio, atuam como um filtro solar físico. “Por meio de mecanismos ópticos, eles refletem ou dispersam os raios solares. Eles atuam de maneira semelhante ao modo como a tinta branca reflete a luz, como uma verdadeira barreira em que a luz bate e volta”, diz a médica. Nas décadas de 80 e 90, era comum que o protetor solar com filtro físico deixasse o rosto de cor branca justamente por causa desses compostos. “Hoje os fabricantes tornaram as partículas inorgânicas muito menores, então não vemos o branco visível, mas há a proteção da mesma forma”, diz a dermatologista. Mais estáveis e com pouca capacidade de penetração na pele (já que formam uma barreia na superfície), esse filtro é indicado para todos em associação aos filtros físicos químicos e usado isoladamente em gestantes, crianças, pacientes alérgicos e com sensibilidade cutânea elevada.
Filtros químicos
Apesar da boa atuação da barreira física, ela não é 100% eficaz, então muitos produtos associam também os filtros físicos. “Eles fazem uma defesa filtrando os raios nocivos, ou seja, há uma transformação química da energia da radiação ultravioleta e a energia de baixa intensidade que atinge a pele não traz os malefícios da radiação”, explica Kédima. Com isso, evitam-se problemas como queimaduras, envelhecimento precoce e até câncer de pele. A radiação quando atinge uma pele protegida pelo filtro químico é absorvida e sofre um processo de filtração e acaba sendo não muito agressiva, mas isso depende muito do índice que é utilizado. Quanto a esses filtros, cabe um alerta: “Os raios UVB e InfraRed furam o bloqueio dos filtros químicos de alguns produtos de fotoproteção e causam dano celular que, em consequência, provoca também flacidez com envelhecimento precoce da pele”, explica. “Eles também podem ser instáveis na presença de suor, água do mar e calor, então produtos que só contam com filtro químico precisam de mais atenção na reaplicação”.
Filtro solar ideal
As novas formulações trazem a combinação de filtros químicos e físicos para potencializar o efeito fotoprotetor, mas elas podem ir além e contar com a presença de alguns antioxidantes. “As moléculas antioxidantes presentes em filtros solares são de extrema importância, pois elas potencializam a proteção solar, fazendo com que o dano da radiação seja em parte revertido, anulando os radicais livres formados. Os principais ativos são: Vitamina C, Resveratrol, Vitamina E, Ácido Ferúlico, OTZ 10 e Alistin”, afirma a médica.
Detalhando a proteção contra UVA e UVB
O FPS nos frascos dos filtros solares representa o fator de proteção solar e se refere a quão bem o filtro solar protege contra um tipo de radiação UV, chamado UVB (pode ser útil pensar em B para “burn”, ou seja, queimar). “Os raios UVB causam queimaduras solares e vários tipos de câncer de pele”, diz a médica. Outro tipo de radiação, chamada radiação UVA, penetra mais profundamente na pele e pode causar rugas prematuras, manchas da idade e pode aumentar o risco de alguns tipos de câncer de pele. No rótulo, a proteção contra o UVA é representada pelo PPD, que deve ser de pelo menos um terço do FPS. “Procure sempre no rótulo a informação ‘proteção de amplo espectro’, que é usada para descrever um protetor que também protege contra o calor e a luz visível, além da radiação solar”, diz Kédima, que recomenda um protetor solar de FPS 30. “De qualquer forma, como o filtro solar não é uma solução definitiva, as organizações de saúde recomendam fortemente o uso de chapéu e óculos de sol, roupas e sombra para proteger sua pele”.
Fonte: www.kedimanassif.com.br