Saúde

150 pacientes aguardam leitos na macrorregião

A Macrorregional compreende cinco regionais e quase 2 milhões de pessoas

Reportagem: Cláudia Neis

Cascavel – A superlotação nos hospitais conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde) e nas UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) de Cascavel e região não é novidade, mas a situação vem se agravando de maneira preocupante.

Nessa segunda-feira (28) havia 150 pacientes à espera de leitos hospitalares na Macrorregional Oeste, que compreende cinco regionais e quase 2 milhões de pessoas.

A apuração feita pela reportagem do Jornal O Paraná mostra que só na região de Cascavel seriam necessários pelo menos 40 leitos de baixa e média complexidades para reduzir o acúmulo de pacientes nas UPAs.

A situação agrava o drama de quem luta pela vida. É caso da família de uma senhora de 101 anos de idade que está com broncopneumonia aguda nos dois pulmões. Apesar da idade e da gravidade do quadro, ela está na UPA desde domingo, entubada, à espera de uma vaga em hospital. “A situação dela é muito grave. Falaram que tentariam vaga aqui, em Cascavel, primeiro, mas como não estão conseguindo podem levá-la para Toledo. O problema é que lá não temos como cuidar dela, pois minha mãe tem câncer para cuidarmos aqui”, lamenta Marli Kessler, neta da paciente.

Outra situação é de uma paciente cardíaca que desde sábado aguarda vaga no Hospital do Coração e permanecia na UPA mesmo com todos os exames prontos porque não havia vaga nem nesse hospital nem no HU (Hospital Universitário) nem no São Lucas. Os dois casos são considerados graves.

Transferências

A reportagem apurou que alguns pacientes seriam levados para Nova Aurora e cerca de dez seriam transferidos ainda na noite de ontem (28) para Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba porque não havia vaga em nenhuma unidade hospitalar da região oeste ou outro local mais próximo.

Leitos fechados

O diretor técnico do Consamu, Rodrigo Nicácio, confirmou que a situação é crítica e citou o fechamento do Hospital Santa Catarina, que tinha 60 leitos, em julho de 2014. “Apesar do fechamento desses leitos, dos quais dez eram de UTI [Unidade de Terapia Intensiva], não houve nova reabertura e os pacientes foram levados para as UPAs. Além disso, a situação fica ainda mais complicada com o grande número de acidentes de trânsito… os pacientes com traumas não podem ir para as UPAs, vão direto para o HU”, explica Nicácio.

A reportagem entrou em contato com a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) questionando sobre possíveis ações para diminuir o caos, mas não houve retorno.