São Paulo – Na última quarta-feira, o Corinthians perdeu o recurso que movia para cancelar a penhora da taça do Mundial de Clubes de 2012. O caso teve julgamento no Tribunal de Justiça de São Paulo e foi favorável ao Instituto Santanense de Ensino Superior, a quem a equipe paulista deve aproximadamente R$ 2,5 milhões. Dessa forma, o troféu voltou a ser penhorado pela Justiça.
Ontem, o portal da “ESPN” divulgou detalhes do acórdão publicado pelo relator do processo, Paulo Pastore Filho, em que ele refuta a tese corintiana no recurso obtido em 9 de novembro de 2018, que à época impediu a penhora determinada pelo juiz Luís Fernando Nardelli, da 3ª Vara Cível (Tatuapé) de São Paulo um dia antes.
O Corinthians alegou que o objeto é impenhorável por conta de seu “valor sentimental”, e alegou que o advogado do Instituto Santanense é palmeirense e “se sobrepôs ao seu profissionalismo, para zombar e expor ao ridículo o clube, em vez de efetivamente buscar o crédito pretendido”.
Pastore Filho, porém, demonstrou espanto com os valores gastos recentemente na janela de transferências pela equipe comandada por Fábio Carille, e fez pouco caso da argumentação corintiana sobre o clube de coração do advogado requerente.
Com a decisão de quarta-feira, volta a valer a ordem inicial da Justiça, ainda de primeira instância. O Corinthians ainda pode recorrer e evitar a penhora, de fato, do troféu com o pagamento da dívida ou também indicando outro bem para tal fim – caberia ao Instituto, porém, aceitar essa saída.
Argumentos
O relator Paulo Pastore Filho disse que “São de causar espanto, para dizer o mínimo, as notícias diárias sobre gastos com contratações, recebimento por venda de direitos sobre jogadores, ajuste com patrocinadores, em comparação com o comportamento adotado pelo agravante no processo. O troféu pertence ao devedor, clube esportivo, que, como é óbvio, não possui qualquer sentimento humano. Por último, como bem argumentado pelo agravado, o troféu atrai muitos interessados e, portanto, tem o potencial de propiciar leilão de grande sucesso”, acrescentou. Antes da taça do Mundial, o Instituto Santanense, havia tentado bloquear as contas do Corinthians e recebíveis do clube por operadoras de cartão de crédito, além da penhora de parte da premiação da Copa do Brasil de 2018 – em que a equipe foi vice-campeã – e também da venda do meia Rodriguinho para o Pyramids, do Egito.