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Presidente da Chapecoense é enterrado em Chapecó

63133753_ES Chapecó SC 04-12-2016 Acidente aéreo mata todo time da chapeoense e comitiva Na foto.jpgCHAPECÓ – Com o enterro do presidente da Chapecoense, Sandro Pallaoro, na manhã deste domingo, a cidade de Chapecó, no interior de Santa Catarina, termina a série de 16 sepultamentos das vítimas da queda do avião que levava uma delegação da equipe à Colômbia na terça-feira. Os corpos das outras pessoas que morreram no acidente aéreo foram enviados para outras cidades após o velório coletivo, realizado no sábado à tarde na Arena Condá.

Centenas de parentes e amigos de Pallaoro foram ao Cemitério Jardim do Éden prestar as últimas homenagens ao presidente da Chapecoense, acompanhados de torcedores do time. Com um clarinete e um tambor eles cantaram “Sandro Pallaoro, para sempre vamos lembrar”. Momentos antes, alguns dos presentes haviam acompanhados os enterros do jornalista Edson Luiz Ebeliny, o Picolé, e do assessor de imprensa do clube, Cleberson Fernando da Silva.

Ao longo da cerimônia, jovens do coral O Som das Árvores cantou uma versão gospel e em português da música “Hallelujah” (Aleluia), de Leonard Cohen. De mãos dadas, os presentes rezaram uma Ave Maria e um Pai Nosso. Amigo da família, Jacson Murilo Walderneli, de 50 anos leu um texto que escreveu em homenagem às vítimas do acidente aéreo e falou sobre uma das maiores paixões do dirigente, o futebol:

– O futebol não é só um jogo de um contra o outro. Porque se a gente estivesse sempre contra o outro não seria capaz de amar ninguém. Essa admiração que cada um de nós tem pelo seu time de coração não pode fazer sentir ódio pelo outro, não pode fazer nos separarmos do próximo. Até porque ele é essencial para o futebol.

Pallaoro estava no sexto ano à frente da direção Chapecoense. Sua presença na diretoria coincidiu com a trajetória vitoriosa do time catarinense, que está há três anos na Série A do Campeonato Brasileiro, após colecionar acessos desde a quarta divisão. Em entrevistas, quando era perguntado sobre seu maior sonho, sempre dizia que era levar o time à conquista da Copa Libertadores da América. Morreu a um dia de disputar a final da Copa Sul-Americana.

– Sandro era amado por todos, uma pessoa apaixonada pela Chapecoense, que certamente vai fazer muita falta. Vai ser difícil reconstruir o time, a vida. Acho que vai demorar um tempo até as coisas voltarem ao normal aqui em Chapecó – disse o aposentado Luiz Rambo, de 63 anos, que acompanhou o enterro.

No sábado, outras 12 pessoas já haviam sido sepultadas na cidade. O clima de luto permanece em Chapecó. As ruas principais têm faixas verdes, brancas e pretas espalhadas por postes, árvores e fachadas. Alguns outdoors com a expressão “Força, Chape” também podem ser vistos. As homenagens aos mortos no acidente aéreo devem continuar nesta semana. Na terça-feira, a catedral de Chapecó celebrará a missa de sétimo dia.