Destaque na Copa das Confederações em 2013, discreto na Copa do Mundo no ano seguinte, fora dos planos de Dunga, de volta com o retorno de Tite. A carreira de Paulinho na seleção brasileira pode ser comparada a uma montanha-russa. Titular no meio-campo desde que o novo treinador assumiu o comando, o volante aproveita o momento de alta tanto no Brasil quanto no Guangzhou Evergrande, pelo qual foi recentemente campeão da Supercopa da China.
Neste domingo, o volante marcou os dois gols na vitória de 2 a1 de seu time sobre o Beijing Guoan, de Renato Augusto, na primeira rodada do Campeonato Chinês.
Convocado na sexta-feira para os jogos da seleção pelas eliminatórias diante de Uruguai, no dia 23, e Paraguai, dia 28, Paulinho acredita que o Brasil de Tite promete coisas boas para o futuro.
– Acho que esta seleção pode conquistar coisas grandes. O trabalho está sendo muito bem feito e estamos no caminho certo – disse, em entrevista a O GLOBO.
O GLOBO: Acreditava que teria uma nova chance na seleção após a Copa do Mundo?
Paulinho: Acho que não fui tão bem na Copa, esperava realmente um rendimento melhor, apesar de termos chegado nas semifinais, o que não é fácil. Sabia que eu tinha que retomar o meu padrão, meu melhor desempenho, principalmente a confiança, que tinha dado uma caída no Tottenham. Quanto a ter uma nova chance, jamais desisti e desistirei da seleção. Sempre procurei me manter em alto nível para voltar a ser lembrado. Acabou que o Tite assumiu, e ele é uma pessoa que conhece bem o meu futebol e sabe bem o que eu posso render.
O começo de Tite foi marcado por resultados positivos. Até onde essa seleção pode chegar?
Acho que esta seleção pode alcançar e conquistar coisas grandes. O trabalho está sendo muito bem feito e temos que manter esse padrão que vem sendo apresentado. Essa nova safra tem muitos bons valores, para muitos anos. Vejo que estamos no caminho certo e as pessoas têm reconhecido isso e dado mais valor, o que é bom para o futebol brasileiro.
Está mais fácil jogar nessa seleção do que foi na da Copa de 2014?
Não é questão de mais fácil ou difícil. São momentos totalmente diferentes. Perdemos a Copa do Mundo, mas passou. Hoje, a seleção se encontra novamente com confiança e tem desempenhado um ótimo futebol. Dá para perceber que os adversários voltaram a respeitar mais a nossa camisa. E sabemos que podemos melhorar ainda mais.
O que deu errado no Tottenham? Se arrepende de ter ido para lá?
Acho que a minha primeira temporada no Tottenham foi muito boa. Na segunda, houve uma mudança de treinador, que teve a opção dele em colocar outro jogador no meu lugar. Não gosto muito de falar sobre esse assunto, mas, com a chegada do (técnico) Mauricio Pochettino, eu só tive duas oportunidades jogando na minha função, quando, por coincidência ou não, fui eleito o melhor em campo. Nas outras partidas com ele, joguei como meia ou ponta-esquerda. Mesmo assim, procurei fazer o meu melhor, porque busco fazer o que me pedem. Não aconteceu como eu imaginava, mas vida que segue.
Como está sua experiência na China?
A vida na China? Melhor, impossível! Estou adaptado à cidade, tenho conseguido jogar meu melhor futebol e aqui não tive qualquer tipo de dificuldade de adaptação. Muito pelo contrário, está sendo bem tranquilo. A estrutura do clube é absurda, o profissionalismo também, e em apenas um ano ano e meio consegui conquistar todos os títulos aqui. E vamos em busca de muitos outros nessa temporada.
Tem notado evolução no campeonato e nos jogadores locais com a chegada de grandes nomes?
A evolução do Campeonato Chinês tem sido muito grande, é notória. O poder de investimento deles é absurdo. Eles têm a visão e a certeza de que a qualificação é um dos caminhos para tornar o país um mercado cada vez mais atrativo. E o futebol aqui só tem a crescer com isso. Com a chegada de grandes jogadores, com nomes como Tévez, Oscar e Hernanes, a tendência é que o nível e a qualidade do jogo aumentem ainda mais.
O que planeja para o futuro? Sonha em voltar ao futebol europeu?
Sobre meu futuro, sempre deixei nas mãos de Deus. Recentemente, renovei meu contrato com o Guangzhou Evergrande até dezembro de 2020. Então, no momento, minha cabeça está somente aqui. Estou muito feliz e satisfeito.