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Michael Phelps esbanja simpatia em treino

Mesmo que não fosse Michael Phelps, era impossível ficar imune à gentileza do gigante da natação, o maior atleta olímpico de todos os tempos, recordista de medalhas, com 22, sendo 18 de ouro. Apesar do boné enterrado na cabeça e dos fones de ouvido, que repousou no pescoço ao ser cercado por admiradores, o mito não estava alheio ao que acontecia ao seu redor. Quando Phelps está em algum lugar, é o centro das atenções, mas ele faz questão de não deixar ninguém em segundo plano.

? Oi, tudo bem com você? ? foi a pergunta feita ao repórter, assim como não quer nada, enquanto caminhava lentamente no deque da piscina de aquecimento do Estádio Aquático, antes de ser direcionado ao local dos Estados Unidos.

PhelpsSem dar entrevistas antes ou depois dos treinos, mas apenas em salas pré-determinadas, como acontecerá hoje à tarde no Centro de Imprensa do Parque Olímpico, a seleção americana de natação, com Phelps à frente, demonstrou simpatia no primeiro contato, ontem, com os funcionários, jornalistas, voluntários e demais nadadores nos locais de competição e treinamento. Com camisas vermelhas e bermudas azuis, os americanos circularam tranquilos, sem paranoia ou aumento do efetivo de segurança. Quem chamou tanta atenção quanto Phelps foi o veterano Ryan Lochte, 11 medalhas olímpicas. Mais pelo cabelo descolorido ?tipo Messi? que pelo currículo.

? Desculpa, cara, mas não posso falar com você sem que o assessor deixe. Mas está tudo bem com tudo ? disse Lochte.

? Nem para explicar este cabelo?

? Não (risos). Desculpe. A gente se vê…

MOCHILA SUSPEITA FEZ PARQUE SER FECHADO

O clima ameno foi interrompido entre o meio da tarde e o início da noite de ontem, quando o Estádio Aquático foi evacuado e ficou fechado por quatro horas por causa de uma mochila abandonada no local. Após a suspeita de bomba, o procedimento de segurança constatou que se tratava de uma mala com ferramentas de trabalho. Enquanto nenhuma informação oficial era divulgada, agentes da Força Nacional afirmavam que se tratava apenas de um treinamento. De acordo com o gerente de fotojornalismo do estádio, Romulo Macedo, não havia atletas treinando no momento do incidente.

Os americanos entraram na Vila Olímpica por volta de três da manhã. E usaram, para chegar ao treino, o ônibus que serve aos atletas olímpicos. Phelps foi assediado por lituanos enquanto aguardada na fila, bebendo água direto na garrafa, debaixo do sol, esperando sua vez ? passar na frente dos oponentes, ele deixa para a piscina.

Em um treino leve, Phelps, com sunga nas cores da bandeira americana e touca personalizada, parecia se divertir. Ele está inscrito nos 100m e 200m borboleta, e 200m medley. Nadará o revezamento 4x100m livre e pode ser convocado para o 4x200m livre e 4x100m medley. Dona de um enorme sorriso, Missy Franklin liderava o grupo das mulheres. Com quatro medalhas de ouro em Londres-2012, despertava admiração até de quem estava dentro d?água.

Enquanto a seleção americana desfilava pelo deque da piscina de aquecimento, o local virou uma espécie de Organização das Nações Unidas em escala reduzida, com as delegações ostentando as suas bandeiras. Localizados em meio aos canadenses e ingleses, os americanos desconheciam a fronteira de idiomas, enquanto, do outro lado da piscina, sul-africanos, franceses e até um vietnamita mostravam suas cores, como em uma demarcação de território. Uma frase capaz de ser entendida por todos era: ?Olha o Phelps?. Consciente de que todos estavam falando dele, ele retribuía com acenos moderados e sorrisos..