Enquanto Michael Phelps atrai a atenção da massa, Katie Ledecky passa despercebida por muitos, mas não por todos. O fenômeno da natação americana tem seus movimentos estudados por atletas, sejam eles americanos ou brasileiros. Aos 19 anos, prestes a fazer história no Rio-2016, a garota de Washington D.C. tem uma lição a dar ao mundo das piscinas.
Em sua terceira Olímpiada e dez anos mais velho que Katie, Nicolas Oliveira não esconde que tenta incorporar algumas das técnicas da americana para melhorar o seu desempenho.
? Ela tem uma técnica sensacional e, não é porque é uma mulher, que eu não vou aprender ? disse Nicolas, antes de explicar o que tenta extrair de cada mergulho de Katie:
? Para mim, o nado crawl dela hoje é um dos melhores do mundo. A forma como ela consegue manter o quadril mais alto, hoje, é uma tendência no estilo. Mas ela já estava à frente quando começou a mostrar isso no Mundial passado (Kazan-2015). E o cotovelo alto? Para mulher, manter aquela força que ela faz, é algo extraordinário, fantástico. E ela mantém a pernada um pouco mais reta, não dobra tanto o joelho. Quanto mais alto estiver na água, melhor.
A californiana Missy Frankin tem a percepção de ver a história acontecer cada vez que acompanha um treino de Ledecky. Mesmo dona de quatro ouros e um bronze em Londres-2012 e quase uma dezena de conquistas mundiais com apenas 21 anos, Missy acompanha o fenômeno de perto não é de agora.
? Vê-la do deque da piscina fazendo coisas inacreditáveis é como: ?Uau! Isso está mesmo acontecendo?? Eu vou contar para os meus filhos no futuro que eu estava lá. Ela é capaz de fazer coisas que ninguém mais consegue e isso já vem desde 2012.
PARA CONTAR EM CASA
Franklin se refere à inacreditável conquista da medalha de ouro nos 800m livre em Londres-2012. Ledecky tinha apenas 15 anos. No Rio, é favorita nas provas de 200m, 400m e 800m livre. Se vencer as três, sera primeira a fazê-lo desde a sua compatriota Debbie Meyer (Cidade do México-1968).
? Talvez, não signifique nada para ela agora, mas pode significar daqui a 20 anos, quando ela tiver filhos e família e poder contar a eles sobre isso ? disse Bruce Gemmel, técnico da equipe americana de natação.
De Londres até o Rio, Katie percorreu um caminho e tanto, deixando recordes para trás e vencendo 9 modalidades em dois campeonatos mundiais.
? Essa menina é um fenômeno. Às vezes, a pessoa se perde pelo caminho e já tivemos exemplos de quem começou nova, como a americana Kattie Hoff, já aposentada. Mas ela é um tipo que estará por aqui, nadando em alto nível, por muito mais tempo ainda ? acredita Nicolas.
Katie procura manter uma vida normal antes de virar a estrela que todos esperam que seja.
? Eu ganhei o ouro há quatro anos e depois competi e me diverti muito ao redor do mundo. Mas, na verdade, eu não notei nada diferente sobre fama. Às vezes, olham um pouco para mim, geralmente quando andamos na piscina. Estou orgulhosa em representar a minha bandeira ? disse Katie, sentindo a sua hora chegar:
? Sou orientada por metas e sei estabelecer metas altas. Isto virou realidade para mim. Meus familiares estão voando para cá e, na verdade, tudo ainda parece ser meio surreal.
