Cascavel – Em meio à guerra declarada contra o mosquito Aedes aegypti, ações despretensiosas realizadas por pessoas comuns ganham destaque. Grupos saem pelas ruas dos bairros recolhendo entulhos e algumas pessoas “adotam” terrenos vizinhos para plantar milho ou mandioca, entre outros produtos.
No Bairro Cancelli, em Cascavel, a ideia foi outra: limpar um lote baldio e transformá-lo num campo para incentivar as crianças da comunidade a trocar a ociosidade pela salutar prática do futebol.
A iniciativa partiu do casal de comerciantes Jorge e Evinha Vargas, donos do terreno que agora é ponto de encontro da vizinhança.
“Aqui todos se conhecem, então, no campinho, todos cuidam dos filhos de todos. É um lugar para tirar as crianças da frente do computador e praticar uma atividade física”, diz a empresária, que conseguiu a grama e uma parte do alambrado de um vereador da cidade, mas que mesmo assim tirou cerca de R$ 3 mil do próprio bolso e ainda busca ajuda para compra do restante do alambrado, bolas e uma rede para cercar o local.
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Moradora do bairro há 48 anos, Evinha, que brincou quando criança no terreno hoje transformado em campinho, espera resgatar aquele tempo da infância, quando a precariedade prevalecia em um lugar sem energia elétrica e tomado por propriedades rurais, mas que mesmo assim via suas crianças reunidas para brincar na rua até tarde da noite.
Além disso, espera que a iniciativa sirva de espelho para outras comunidades e que outros terrenos baldios, hoje depósitos de entulhos, criadouros de insetos e esconderijos para desocupados ou ladrões, sejam transformados em áreas de lazer para atender às crianças. No Cancelli, o campinho é restrito a jogadores com até 12 anos de idade e fica localizado na Rua Alcir da Mota, nº 166.
