A inspetora da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares da Navegação Aérea (Aasana) Celia Castedo Monasterio, que autorizou o plano de voo da Chapecoense que caiu em Medellín e matou 71 pessoas, saiu da Bolívia ilegalmente em busca de refúgio no Brasil, segundo o governo boliviano.
Na segunda-feira, a funcionária, que chegou a contestar a rota proposta pela empresa Lamia, por causa do pouco combustível, entrou no país por Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e, ao lado de um advogado, procurou a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
– Celia Castedo não utilizou nenhum ponto legal de controle migratório. Sua saída do país foi ilegal – afirmou o ministro do Governo boliviano, Carlos Romero, em entrevista coletiva na tarde de terça-feira.
O governo boliviano pediu a expulsão imediata da funcionária da Asana após o início do processo judicial que investiga as causas do acidente aéreo. Romero afirmou que não há motivos para o Brasil conceder o pedido feito por Celia.
– Não há nenhum argumento para sustentar solicitação de refúgio. Esta pessoa quer iludir a Justiça – disse.
Celia conseguiu uma permissão temporária no Brasil por um ano ou enquanto se analisa o pedido de refúgio, concedida pela Polícia Federal do Mato Grosso do Sul.
O Procurador Geral da Bolívia, Ramiro Guerrero, espera que a funcionária se apresente à Justiça para esclarecer os fatos.
– Ele deveria se apresentar, dar seu depoimento… Aqui não se trata de acusar alguém sem esclarecer os acontecimentos, mas há que considerar as responsabilidades das autoridades, servidores ou servidoras.