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EUA passam o bastão para nova geração do basquete feminino

A primeira rouba a bola; a segunda dá o passe; a terceira mete de três pontos. Com esse trio, formado por Tamika Catchings, Sue Bird e Diana Taurasi, a seleção de basquete dos Estados Unidos conquistou os três ouros das últimas três edições. Agora, elas iniciam a campanha pelo quarto título, hoje contra o Senegal, às 12h , na Arena da Juventude, em Deodoro, – o país busca o sexto consecutivo -, no que deve ser o adeus aos Jogos, e o início de mais uma renovação de alto nível no país da bola ao cesto.

As três estrelas da WNBA têm números impressionantes na liga, e acabam por se completar quando entram em quadra pela seleção. Tamika lidera no número geral de roubadas de bola e tem a melhor média defensiva (9,1) das jogadoras em atividade. Sue aparece como a melhor passadora com 5,4 de média de assistências por jogo. Taurasi é a rainha das bolas de três, com 878 pontos na carreira.

Porém, o Rio as verá juntas pela última vez. Tamika, de 37 anos, já anunciou a saída da seleção ao fim dos Jogos. Sue e Taurasi não confirmam, mas aos 35 e 34 anos, respectivamente, mais um novo ciclo olímpico num país onde brota craques é praticamente impossível.

– Meu corpo precisa descansar, e eu estarei pronta para me despedir. Eu sinto que é o momento, e esse será o gran finale. Vai ser a primeira vez com a presença da minha família aqui, minha mãe, meu irmão, todos vêm… – disse Tamika, na apresentação do time no Rio.

Fora o trio, a seleção convocada pelo técnico Geno Auriemma tem outras três jogadoras com 30 anos ou mais: Seimone Augustus, 32, Sylvia Fowles, 30, e Lindsay Whalen, 34. A outra metade da equipe tem menos de 30 anos, e algumas estreantes na competição. Por isso, não há qualquer preocupação com o futuro do basquete americano.

Entre as estreantes, nomes que já estão se consagrando no basquete americano. Como Elena Delle Donne, de 26 anos, atual MPV pelo Chicago Sky, e Breanna Stewart, a primeira escolha do draft da WNBA este ano, que tem apenas 21 anos e participou do título mundial de 2014, na Turquia.

– O basquete é tão popular nos Estados Unidos desde muito cedo. Acho que essa é a razão para termos tantas jogadoras boas. Mas o basquete continua crescendo no mundo, e a cada ano está mais competitivo. Eu jogo com a Erika (brasileira), então eu sei em primeira mão quantas jogadoras incríveis que o mundo pode ter – contemporiza Delle Donne.

Mas a supremacia está nos números. A seleção feminina não perde há 41 jogos, no torneio olímpico. A última derrota foi para a equipe da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), bandeira que uniu alguns países da extinta União Soviética, em Barcelona-1992. Ao todo, são sete ouros de 1976, em Montreal. Em Mundiais, são nove títulos.

– Quando o basquete feminino entrou no programa olímpico, em 76, ainda havia um domínio da União Soviética, mas depois de 88, elas passaram a ganhar tudo. O esporte cresceu mais ainda com a criação da WNBA. Antes, como não havia liga, as grandes jogadoras saíam das universidades para jogar fora do país, com treinamentos diferentes. A liga criou um padrão de treinamento. Enquanto no Brasil, tivemos apenas duas jogadoras fora de série: Paula e Hortência, pois não temos uma política do esporte – explica o técnico da seleção brasileira Antônio Carlos Barbosa.