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Copa América Centenário: Tio Sam quer a bola

58934375_Members of the US men%27s soccer team train before their opening COPA America 2016 match agai.jpg Tem início nesta sexta-feira à noite a Copa América Centenário, competição que dá uma boa medida da participação crescente dos Estados Unidos no futebol do continente. Os americanos, anfitriões, dão o pontapé inicial em jogo contra a Colômbia, às 22h30m (horário de Brasília), na Califórnia. A despeito do bom desempenho da seleção masculina nos últimos anos, a influência do país é mais visível fora de campo.

Em maio de 2015, duas semanas antes do início da última Copa América, no Chile, uma operação coordenada pelos EUA na Suíça provocou a prisão de dirigentes envolvidos diretamente no jogo de poder das federações de futebol da América. José Maria Marin, ex-presidente da CBF, foi um deles. Marin atualmente cumpre prisão domiciliar em Nova York, nos EUA, por conta do envolvimento em esquemas de corrupção na negociação de direitos de imagem de torneios de futebol. Ironicamente, estará mais perto da Copa América Centenário do que seu sucessor, Marco Polo Del Nero, também investigado pelas autoridades americanas, mas ainda sem acusação formal contra si. Del Nero deixou de viajar para o exterior desde a prisão de dirigentes como Marin na Suíça, dando justificativas variadas. Copa América Centenário (conteúdo estático e tabela)

A atuação dos EUA como polícia mundial, através do FBI, também resultou na prisão em 2015 de Rafael Esquivel, então presidente da federação venezuelana, e Juan Ángel Napout, que estava à frente da Conmebol. Tal qual Marin, ambos foram extraditados para os EUA, onde seguem presos. A Copa América ficou, ao mesmo tempo, muito perto e muito longe.

O efeito dominó da investigação dos EUA sobre corrupção no futebol parece, até aqui, difícil de ser contido. No fim de 2015, os presidentes das federações chilena, Sergio Jadue, e colombiana, Luis Bedoya, renunciaram a seus cargos. Neste ano, o Comitê de Ética da Fifa recomendou que ambos fossem banidos do futebol. Seguindo o caminho das autoridades americanas, a Justiça da Bolívia prendeu em julho Carlos Chávez, presidente da federação, por irregularidades na gestão das finanças do futebol do país.

As denúncias de subornos na negociação de direitos de imagem fizeram a Conmebol romper com a Datisa, empresa que seria responsável por comercializar os direitos da Copa América Centenário. Para completar o quadro caótico, a Associação de Futebol da Argentina (AFA) sofreu intervenção do governo de Mauricio Macri após uma polêmica eleição para presidente, no fim de 2015, que manteve o interino Luis Segura no cargo.

Em campo, os EUA buscam abrir espaço para talentos da nova geração, como o meia Christian Pulisic, de apenas 17 anos. No sábado, ele se tornou o mais jovem a marcar um gol pela seleção americana, na goleada por 4 a 0 sobre a Bolívia. O Sportv transmite a estreia dos EUA, nesta sexta-feira, contra a Colômbia. Pulisic, por enquanto, deve seguir como opção no banco.