Reinventar-se, readequar-se. Empresas e pessoas tiveram que criar, em um curto período de tempo, novos mecanismos de gestão para se manterem no mercado durante a pandemia. Discussões País – e até mundo – afora falam da preocupação com a saúde, seja ela física, mental ou financeira. Diante desse cenário de incertezas, que completa quatro meses no Brasil, o tema gestão está ainda mais em voga.
A coordenadora do curso de Administração da Universidade Paranaense – Unipar, professora Adriane Uecker, observa que, ao se tratar de planejamento estratégico, as organizações brasileiras normalmente direcionam seus planos considerando as tendências do mercado. “Mas, diante de um panorama de caos, torna-se fundamental dar importância para as descontinuidades”, atenta.
Segundo ela, na conduta organizacional, faz sentido entender que as medidas de enfrentamento da crise oportunizarão uma nova cultura, que inclui a gestão de pessoas e de negócios em meio ao caos. “Essas novas tendências incluem resiliência, capacidade criadora, reconhecimento, empatia e gentileza”, assegura.
Refletindo sobre o tema, ela ainda destaca que, dentre as estratégias e as práticas das empresas, a formação de equipes para a tomada de decisões de emergência é um dos tópicos de relevância no pós-pandemia, além de planos de respostas a riscos, comunicação padronizada entre funcionários e clientes, manutenção do bem-estar físico e mental da equipe, adequada retomada de trabalho, ajustes no orçamento, planejamento de fluxo de caixa, entre outras ações.
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Focada nessas novas demandas, a professora escreveu e publicou artigo específico, em que aborda o papel do gestor de instituições de ensino superior no enfrentamento da pandemia. O material foi elaborado para o CRA-PR (Conselho Regional de Administração do Paraná) na Seccional de Cascavel, no qual a profissional ocupa o cargo de delegada adjunta.
“As instituições de ensino superior que seguiam as tendências quanto ao uso de tecnologias digitais no setor de educação, como o uso de metodologias ativas, conseguiram uma adaptação mais rápida com as drásticas mudanças impostas pelas autoridades para diminuir a propagação da covid-19, principalmente com o isolamento social e a consequente suspensão das aulas presenciais”, mencionou, destacando que um exemplo de bons resultados é a Unipar.
Em seu artigo, a professora enalteceu a nova dinâmica de ensino, diferença entre educação a distância e aulas remotas, adaptação de alunos e professores à nova realidade, parte mercadológica, padrões de qualidade e eficácia do processo de ensino-aprendizagem, e parte operacional. “Uma boa prova de fogo para o gestor, no próximo Planejamento Estratégico, seria considerar a descontinuidade repentina da internet no mundo”, alerta.
