EDUCAÇÃO

Greve perto do fim, mas calendário acadêmico deve ser normalizado só em 2026

No campus de Toledo da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) a adesão à greve foi de cerca de 20% dos docentes

No campus de Toledo da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) a adesão à greve foi de cerca de 20% dos docentes. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
No campus de Toledo da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) a adesão à greve foi de cerca de 20% dos docentes. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Brasília – Professores de universidades e de institutos federais de educação e governo federal chegaram a um acordo, encerrando a greve iniciada há cerca de 60 dias. O termo de acordo foi fechado no último domingo (23) e será assinado amanhã (26).

Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), o fim da greve iniciou ontem (24), devendo se consolidar plenamente até 3 de julho.

“Reunido em Brasília no fim de semana, o Comando Nacional de Greve informa que, finalizada a sistematização dos resultados deliberados nas assembleias da base nos estados entre os dias 17 e 21 de junho, a categoria docente definiu pela assinatura do termo de acordo apresentado pelo governo, a ser realizada em 26 de junho, bem como pela saída unificada da greve a partir de tal data, até 3 de julho”, informou, em nota, o Andes.

Cascavel

Cascavel conta com o campus do IFPR (Instituto Federal Paraná) que oferece cursos técnicos, superiores, de pós-graduação além de ensino à distância. A instituição, que fica na região norte da cidade, atende cerca de 600 alunos que estão totalmente sem aulas desde o dia 02 de maio, quando o reitor suspendeu o calendário acadêmico. O diretor-geral do campus de Cascavel, Marcio Luiz Modolo disse ontem que ainda terá reunião para definir os detalhes do fim da greve, mas a expectativa é que as aulas retornem no dia 1º de julho.

Toledo

No campus de Toledo da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) a adesão à greve foi de cerca de 20% dos docentes e 50% dos técnicos administrativos. Segundo Elder Schemberger, diretor-geral da unidade, o anúncio do fim da greve está condicionado à assinatura dos acordos, o que deve acontecer em breve. “Assim que houver a assinatura – e isso geralmente acontece rapidamente – será estabelecido um calendário de reposição das atividades prejudicadas, o que é realizado pelo colegiado superior das universidades”, pontuou e afirmou que “certamente haverá atraso do início do segundo semestre letivo”. Segundo Elder, a expectativa é de que o referido período tenha início em setembro e seja finalizado no primeiro trimestre de 2025, devendo assim, que o calendário acadêmico seja completamente normalizado somente em 2026.

Já no campus da UFPR (Universidade Federal do Paraná) – que atualmente oferece o curso de medicina em Toledo, a diretora Ana Paula Carneiro Brandalize reiterou que “o campus não parou suas atividades didáticas durante a greve, portanto o calendário acadêmico segue conforme previsto”.

Avanços

Em comunicado, o Andes diz que, apesar de as propostas apresentadas pelo governo não atenderem “adequadamente ao conteúdo de nossas justas demandas”, o movimento será encerrado. No entanto, acrescenta, os termos “refletem avanços que só foram possíveis graças à força do movimento paredista. Para além do que já conquistamos, nos últimos retornos que tivemos do governo federal, a conjuntura aponta para os limites desse processo negocial”.

O Andes acrescentou que a greve “alcançou seu limite e que estamos no momento de seguir a luta por outras frentes”, acrescentou.

A proposta apresentada pelo governo – acatada pelo Comando Nacional de Greve – foi a de reajuste zero em 2024, devido às limitações orçamentárias. Para compensar, foi oferecida uma elevação do reajuste linear, até 2026, de 9,2% para 12,8%, sendo 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

Greve no Ibama

Servidores federais da área de meio ambiente iniciaram ontem (24) uma greve que – até o dia 1º de julho – deve abranger 21 estados. Os primeiros estados a paralisar as atividades são Paraíba, Pará, Acre e Rio Grande do Norte. Servidores do Ministério do Meio Ambiente (MMA), em Brasília, também iniciaram ontem o movimento paredista.

Segundo a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional), o movimento será reforçado com a adesão de outros 17 estados, a partir de 1º de julho: GO, RS, RJ, BA, ES, SC, PR, SP, TO, MG, MA, PI, PE, CE, AL e RO. Complementam essa lista os demais servidores do Distrito Federal não lotados no MMA. Integram o movimento funcionários públicos vinculados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ao Serviço Florestal Brasileiro e ao MMA.