Washington – O FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgou nessa terça-feira (14) o relatório Panorama Econômico Mundial (World Economic Outlook). O estudo afirma que a pandemia do novo coronavírus pode causar a maior recessão global desde a crise de 1929, com contração de 3%.
A última projeção do FMI esperava expansão de 3,3% na economia mundial em 2020.
As maiores quedas são esperadas para Itália (9,1%) e Espanha (8%), enquanto a expectativa de crescimento foi mantida apenas para China (1,2%) e Índia (1,9%). O FMI projeta contração de 5,3% para o Brasil, e crescimento de 2,9% em 2021.
O Fundo já deu até nome ao momento atual: a Grande Paralisação. Segundo o FMI, o tombo atual é bem pior do que a crise de 2008 e pela primeira vez, desde a década de 30, fará tanto economias avançadas quanto emergentes e países em desenvolvimento entrarem em recessão.
O Brasil terá um tombo maior e recuperação mais fraca do que a América Latina e Caribe. Em conjunto, países da região devem ter uma queda de 5,2% na atividade em 2020, com recuperação de 3,4% em 2021.
A diferença na intensidade da recuperação fica mais gritante quando o País é comparado com economias avançadas. A projeção do PIB do Brasil em 2020 é 7,5 pontos menor do que a estimativa de janeiro. No caso das economias avançadas, a diminuição na projeção é de 7,7 pontos porcentuais, com expectativa de encolhimento de 6,1% da atividade neste ano.
Recuperação
Em 2021, no entanto, essas economias – que incluem Estados Unidos, zona do euro e Japão, por exemplo – crescerão 4,5%, uma alta de 2,9 pontos na comparação com a perspectiva de janeiro. O Brasil, por sua vez, deve crescer 2,9%, aumento de apenas 0,6 ponto porcentual na comparação com as estimativas do início deste ano.
Desemprego em alta
Também neste ano, 14,1% da população brasileira deve estar desempregada, partindo de uma taxa ano passado de 11,9%. Em 2021, os desempregados serão 13,5% da sociedade. O nível de desemprego no País será mais alto que o de qualquer nação das Américas do Sul e do Norte.
Mas o crescimento da massa de desempregados será bem maior nos Estados Unidos, por exemplo, que vivia a taxa mais baixa de desemprego dos últimos 50 anos, ao redor de 3,7%, e deve ter 10,4% da população sem trabalho em 2020.