WASHINGTON ? A administração do presidente americano Donald Trump está propondo um corte de 31% no orçamento da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), o que eliminaria seus programas de mudança climática e diminuiria as principais iniciativas destinadas a proteger a qualidade do ar e da água, de acordo com documentos orçamentários publicados nesta quinta-feira.
O orçamento proposto pela Casa Branca para 2018 para a agência vem junto com uma tentativa de Trump de pôr fim a regulações que, segundo ele, prejudicam as empresas norte-americanas ? como as perfuradoras de petróleo e mineiradoras de carvão. Os cortes propostos são um ponto de partida nas negociações com o Congresso e podem vir a ser moderados.
A proposta, se aprovada, faria com que fossem demitidos 3.200 funcionários da EPA ? ou 19% da força de trabalho atual ? e efetivamente colocaria um ponto final nas iniciativas do ex-presidente Barack Obama para combater as mudanças climáticas. Isso porque seria cortado o financiamento para a assinatura do Clean Power Plan, que visa reduzir as emissões de dióxido de carbono.
Também eliminaria a verba para pesquisa sobre mudanças climáticas e a participação dos EUA nos programas internacionais relacionados ao tema. Juntos, os cortes nas iniciativas de mudanças climáticas na EPA eliminariam cerca de US$ 100 milhões de gastos.
“Em consonância com o Primeiro Plano de Energia do Presidente dos EUA, o orçamento reorienta o programa aéreo da EPA para proteger o ar que respiramos sem sobrecarregar indevidamente a economia americana”, afirmou um resumo do orçamento proposto pela agência.
Trump já expressou muitas vezes dúvidas sobre os fundamentos científicos das mudanças climáticas e tem afirmado repetidamente que os Estados Unidos podem reduzir drasticamente a “regulamentação verde” sem comprometer a qualidade do ar e da água.
No entanto, os cortes propostos no orçamento da EPA se estenderiam para muito além das mudanças do clima. Seriam cortados cerca de US$ 427 milhões dos programas regionais para acabar com a poluição, incluindo nos Grandes Lagos e na Baía de Chesapeake. O financiamento para o programa de limpeza dos locais os mais contaminados do país também cairia em US$ 330 milhões.