Cotidiano

Troca na AGU não prejudica defesa de Dilma no impeachment, diz Adams

Segundo ele, o processo é "muito frágil" e "perdeu força"

Brasília – De saída da AGU (Advocacia-Geral da União), o ministro Luís Inácio Adams afirmou que a troca no comando da pasta após sua saída não deverá prejudicar a defesa da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment. Segundo ele, o processo é “muito frágil” e “perdeu força”.

Após seis anos e quatro meses, Adams decidiu deixar a AGU. Ele diz que tomou a decisão porque o órgão precisa de “nova energia” e “novo dinamismo”. A exoneração dele, contudo, ainda não tem data certa para ser publicada no Diário Oficial da União, mas ocorrerá entre esta terça (1º) e a próxima quinta (3).

Após cumprir o chamado período de “quarentena”, ele passará a atuar, em Brasília, em um escritório de advocacia com sede nos Estados Unidos.

“Eu acredito que o trabalho da AGU é feito em equipe e os argumentos técnicos que estão sendo manuseados já estão estruturados e preparados. A defesa não se torna prejudicial por causa disso [saída dele do ministério]”, disse Adams.

Em entrevista, ele avaliou ainda que o processo na Câmara dos Deputados é “inconsistente” e a ação movida contra Dilma e o vice Michel Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), “superficial”. Na corte, o PSDB aponta suposto abuso de poder econômico da chapa que os elegeu em 2014 e pede a cassação dos mandatos.

Ao dizer que deixa o cargo com a sensação de “dever cumprido”, o ministro avaliou que o Congresso Nacional “mudou a pauta” em 2016 e passou a se ocupar com temas da “governabilidade”, como a reforma da Previdência Social, defendida pelo Planalto.