Os dois primeiros dias do fechamento do viaduto do Trevo Carelli foram o verdadeiro “caos” para os moradores da região Sul da cidade, já que o trajeto é a principal rota de acesso a diversos bairros e com ele fechado, acaba travando todo o trânsito principalmente em horários de pico, mais ainda no começo da manhã e no fim da tarde. Muitos reclamaram da falta de sinalização e de agentes de trânsito na região, o que poderia amenizar a desorganização que muitas vezes é promovida pelos próprios motoristas.
Na noite de segunda-feira (2) a fila estava tão grande que uma das pistas do trevo sentido ao bairro acabou sendo liberada, depois que moradores ficaram mais de uma hora para conseguir fazer o trajeto. Além do problema das vias urbanas, o grande fluxo foi sentido nas rodovias e nos viadutos, que acabaram sendo as vias de acesso secundário e que, inclusive, foram as rotas alternativas divulgadas pelas autoridades de trânsito.
A reportagem do Jornal O Paraná conversou com a presidente da Transitar, Simoni Soares, que reforçou que a autarquia não tem gerência sobre a obra e o que está em prioridade para quem está executando a obra é a segurança daquela área, por isso, se não houver condição de segurança, infelizmente não há liberação. “Faremos uma avaliação da possibilidade de melhoria, porque impactou em todo o fluxo, não só onde está a obra, mas em todo o entorno também”, reforçou.
Soares disse que sobre o pedido de agentes da Transitar no local, ela reforçou que mesmo se eles colocassem toda equipe da autarquia na região eles não conseguiriam cobrir todos os pontos de conflito, por isso, estão focando nas áreas onde tem maior dificuldade e que, o problema é que existem muitas. “Sabemos que a obra realmente traz um prejuízo para a fluidez e um desconforto para quem utiliza”, constatou.
Para ela, é importante que neste período as pessoas tenham empatia, que esperem o motorista sair da sua garagem, todos os moradores estão sendo impactados e a Transitar não pode implementar nenhum dispositivo, porque todos eles, inclusive a sinalização de obras, está no contrato da empresa de obras. Uma mudança feita nesta terça-feira (3) foi a proibição de quem vai sentido bairro fazer a conversão na Rua Três Amigos e feito um desvio na Rua João Merlin.
Sobre a falta de sinalização, a presidente salientou que a mesma é precária, já que não tem sinalização no pavimento e neste momento da obra não é possível fazer e nem colocar semáforo, por exemplo, para melhorar o fluxo. “É um período de muita paciência até terminar aquela área e fazer toda a fiscalização exigida no contrato”, frisou.
PRF
Conforme a assessoria de imprensa da PRF, os policiais estão reforçando a fiscalização de trânsito em diversos trechos, mas que os motoristas precisam ser pacientes neste período e estarem muito atentos ao trânsito, sendo necessário transitar com velocidade bastante reduzida e jamais transitar ou ultrapassar pelo acostamento, ultrapassar em local proibido ou utilizar acessos e retornos irregularmente.
Interdição
A interrupção do trânsito do Trevo Carelli em ambos os sentidos, vai prosseguir pelo menos até a próxima sexta-feira (6), segundo a Sesop (Secretaria Municipal de Serviços e Obras Públicas) que é quem está fiscalizando as obras que são realizadas pela Petrocon, empresa vencedora da licitação. O fechamento é para poder fazer as obras de drenagem e de demolição que são necessárias sobre o viaduto.
A orientação é que os motoristas que puderem utilizar nesta semana o viaduto da Olindo Periolo, viaduto do 14 de Novembro façam isso, para não acumular todo o fluxo no viaduto da Rua Alexandre de Gusmão. A obra da nova Carlos Gomes está em 50% e completa um ano no próximo dia 18. A previsão é que o viaduto seja reaberto na sexta-feira até as 20 horas, dependendo da evolução da obra.
O transporte público também sofreu alterações devido ao fechamento do trecho. Conforme a Transitar, como não podem trafegar pelo Viaduto da Carelli, os ônibus utilizarão o viaduto da Alexandre Gusmão como rota alternativa. A mudança mais significativa será a desativação temporária da parada de embarque e desembarque em frente ao posto de combustíveis da Avenida Carlos Gomes e, por isso, os moradores que utilizam o ponto terão que buscar outras paradas para utilizar os veículos coletivos da cidade.
Sobre a obra
No próximo dia 18 de setembro completa um ano do início da obra da nova Avenida Carlos Gomes que tem ao todo 56 quadras que englobam todo o projeto. A previsão inicial é que a obra levaria 15 meses para terminar, prazo que se encerra em dezembro deste ano. Em todo o trecho, a base do asfalto está sendo refeita, assim como toda a pavimentação, galeria de água pluvial e trocada a calçada para paver no prolongamento em que a obra passa.
O valor inicial do investimento é de R$ 51.144.674,40, montante que será pago com recursos que foram emprestados ao Município pelo Banco Fonplata por meio do PDU (Programa de Desenvolvimento Urbano), mas do início até agora, cinco aditivos foram feitos e que, segundo a Sesop, foram necessários para a adaptação do projeto. A obra inclui ainda uma ciclovia, interligando com a Rua da Lapa e revitalização de um trecho da Rua Rio da Paz, local com intenso movimento de veículos próximo ao Terminal Sul.
A nova Avenida Carlos Gomes formará um binário com a Rua Alexandre de Gusmão que fará a ligação com o novo viaduto sobre a BR-277, que também faz parte do PDU (Programa de Desenvolvimento Urbano) de Cascavel. Outra frente de trabalho está concentrada na Rua Emílio Bautitz, que vai ligar a Alexandre de Gusmão ao novo viaduto.