Cascavel – O ano começou com boas notícias no trânsito de Cascavel. Mesmo sem a fiscalização eletrônica nas principais vias de Cascavel, os números de acidentes em comparação ao mesmo período do ano passado reduziram. Os dados foram divulgados ontem (8) pela a Transitar, companhia de trânsito da cidade. Em janeiro deste ano foram 229 ocorrências, ou seja, 22,11% a menos do que o mesmo mês de 2021 quando foram registrados 294 acidentes.
Outra boa notícia é que não foi registrado nenhum óbito no perímetro urbano da cidade no primeiro mês de 2022. Nos 229 acidentes de janeiro deste ano, 72 pessoas ficaram feridas e 17,24% delas tiveram que ser encaminhadas para atendimento hospitalar. No ano passado, 87 pessoas foram encaminhadas ao hospital, além de dois óbitos: um ciclista e um motociclista.
Conforme a presidente da Transitar, Simoni Soares, a companhia trabalha com base da segurança viária, focados nos setores de engenharia, educação e fiscalização, mas que é importante que os usuários mudem a forma de ter uma convivência pacífica no trânsito, já que a responsabilidade é de todos. Segundo Simoni, uma redução importante foi a de acidentes envolvendo motocicletas. O número de acidentes em janeiro caiu 20% em comparação com 2021. Em 2020 essa categoria fez parte de uma estatística alarmante no auge da pandemia, com aumento de 145% nos óbitos em relação ao ano anterior. Embora ainda alto, o dado foi mais positivo no fechamento de 2021, com redução de 27% nas mortes.
“O desafio é diário, mas não podemos aceitar esse status de violência no trânsito”, reforçou a presidente, lembrando que várias ações são planejadas com o foco na conscientização dos motociclistas, unindo intervenções de engenharia, ações educativas direcionadas e intensificação de fiscalização.
Também houve queda nos acidentes envolvendo pedestres e ciclistas, 33,33% nos atropelamentos e de 60% no número de acidentes com ciclistas. O ano de 2021 já vinha com uma tendência de redução dos acidentes, fechando por exemplo, com 12% menos mortes do que em 2020.
Radares
A Transitar ainda aguarda assinatura do processo pelo prefeito Leonaldo Paranhos, para marcar a data da licitação que vai escolher a nova empresa que fará o serviço de fiscalização eletrônica da cidade. Desde o dia 2 de dezembro do ano passado a cidade está sem o serviço, já que o fim do contrato com a empresa encerrou e logo nos primeiros dias do ano, a empresa já realizou a retirada de todos os equipamentos.
Como já foi divulgado pela reportagem do Jornal O Paraná, a nova licitação contempla os 27 pontos que já existiam e mais 15 pontos novos. Serão 40 pontos de radares que já foram definidos, inclusive nas novas vias que foram revitalizadas. No último contrato eram 66 faixas monitoradas e essa terá 90 faixas.
Outra mudança, é que essa nova licitação será para 48 meses e não 60 meses como era anteriormente. Até que haja um novo contrato, a fiscalização está ocorrendo por meio dos radares móveis, operados pelos agentes de trânsito.
Projeto Rua Segura orienta os pais no retorno às aulas
Aliado ao trabalho da fiscalização, a Transitar realiza o Projeto Rua Segura que realiza a orientação nas áreas escolares. Simoni Soares, presidente da Transitar, reforçou que estes são locais onde há constante conflito no embarque e desembarque de alunos, principalmente quanto ao respeito às vagas especiais e a do transporte escolar, associado à tradicional paradinha em fila dupla que atrapalha o trânsito da maioria e, ainda, no que diz respeito ao comportamento de todos os condutores em relação à sinalização da faixa de pedestres.
Há ainda a estacionada “por uns minutinhos” no abrigo do ônibus ou em frente a um portão, que também são atitudes que ferem o Código de Trânsito Brasileiro e interferem na vida da coletividade. “Esses são comportamentos comuns, normalmente de quem sai de casa atrasado, em cima da hora e pensa apenas no seu conforto, esquecendo que vivemos em comunidade”, observa a encarregada do setor de Educação e Cidadania da Transitar, Luciane de Moura.
Luciane de Moura alerta que são essas atitudes que normalmente ameaçam a segurança do trânsito. “É nisso que queremos focar, pois as pessoas que transportam crianças estão sendo referência na formação dos futuros condutores, e devem dar um exemplo de trânsito humano e solidário”, disse.
Universidade em campo
Além das orientações aos condutores envolvidos com estudantes do ensino fundamental, a Transitar realiza ações ligadas aos condutores universitários, por meio do Projeto Universidade em Campo, principalmente jovens dos anos iniciais do ensino superior e alunos da rede estadual e privada do último ano do ensino médio. Os jovens representam 44% das vítimas no trânsito, seguido dos adultos de 30 e 40 anos que somam 20%.
Com esse público, as abordagens dos agentes de trânsito e da equipe de educação, em parceria com os demais órgãos de segurança, será mantida o ano todo, com objetivo de focar no alto índice de acidentes que ainda é registrado em nossa cidade por falta de habilitação, por embriaguez ao volante e pelo descumprimento de normas como uso de celular ao volante, falta do cinto de segurança e excesso de velocidade.