Catanduvas – Face à extensão territorial do País e às dificuldades do governo de criar hospitais em todos os municípios, muitos médicos, sozinhos ou em grupo, decidem investir em hospitais para atender a população, inclusive a partir de convênios com o Ministério da Saúde. Essa prática foi muito comum principalmente nas décadas de 1970 e 1980, mas há pelo menos 15 anos o cenário mudou radicalmente.
Há um erro grave de interpretação, que virou regra principalmente na esfera governamental e em parte da população, de que hospital não pode ter lucro. Se ele é privado e gerido como empresa, que tem funcionários, encargos, salários e despesas em geral, é justo que os diretores sejam devidamente remunerados por isso, segundo o médico Edmar Stieven, de Santa Helena. Todavia, diante de tudo o que tem ocorrido, ter hospital não é mais um bom negócio.
Diversos municípios da região perderam hospitais, principalmente a partir dos anos 2000, devido aos vários desafios que passaram a rondar a área. Só para citar alguns: foram fechados hospitais em Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo, Marechal Cândido Rondon, São Miguel do Iguaçu, Cafelândia, Guaraniaçu, Catanduvas e Guaíra. Entre os exemplos mais graves estão São Miguel e Guaíra que, em intervalo de poucos anos, perderam três e dois hospitais, respectivamente.
Em muitas cidades, como Capitão Leônidas Marques e Vera Cruz do Oeste, os hospitais ainda funcionam devido à colaboração das administrações públicas e da comunidade. Os diretores, para minimamente cumprir os inúmeros compromissos, chegam a apelar para bazares e eventos beneficentes.
Para atender a crescente demanda por atendimentos, a Prefeitura de Catanduvas comprou com recursos própriosw o antigo hospital privado, fechado há cerca de três anos. Agora, a prefeita Noemi Moura (PMDB) afirma que busca apoio do Estado e União para reativá-lo e mantê-lo.