
A Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad, havia informado ter discrepâncias sobre o texto negociado durante várias semanas. No último minuto, tentou adiar a votação até pelo menos a próxima terça-feira. Mas depois de consultas, os promotores do texto apoiado por Estados Unidos, Reino Unido e França, decidiram seguir adiante.
O embaixador russo, Vitali Churkin, avaliou que o Conselho deveria ter esperado os resultados de uma reunião entre russos e americanos, prevista para a terça-feira, em Genebra. Segundo Moscou, o objetivo das conversas é alcançar um plano papra fazer sair todos os rebeldes do leste de Aleppo, a segunda cidade do país, assediada pelas forças do regime.
? Há acordo nos elementos de base da iniciativa, que foi rejeitada pelos grupos insurgentes de Aleppo ? disse Churkin.
A embaixadora adjunta americana Michele Sison disse, ao contrário, que não há “avanços” nas discussões russo-americanas “porque a Rússia quer conservar suas conquistas militares”.
? Não deixaremos a Rússia enganar o Conselho.
Se a resolução tivesse sido aprovada, teria permitido “salvar vidas”, disse o embaixador da França, François Delattre.
O embaixador chinês, Liu Jieyi, afirmou que o Conselho “deveria ter continuado negociando” para chegar a um consenso e criticou “uma politização dos assuntos humanitários”.
O projeto de resolução pede uma trégua de pelo menos sete dias em Aleppo, com opção de renová-la. Também prevê que se permita “responder às necessidades humanitárias urgentes” e deixar entrar os serviços de socorro destinados a dezenas de milhares de moradores da parte rebelde sitiada.
A metrópole do Norte da Síria, capital econômica do país, estava dividida desde 2012 entre os bairros do oeste, controlados pelo governo, e os do leste, nas mãos dos rebeldes. O exército do presidente sírio, Bashar al-Assad, lançou uma grande ofensiva em 15 de novembro passado para retomar toda a cidade.
Desde seu início, em março de 2011, a guerra civil síria matou mais de 300.000 pessoas.