RIO – Quatro pessoas foram presas na manhã desta segunda-feira na Operação
?Protocolo Fantasma? desencadeada pelo Ministério Público do Espírito Santo
(MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco), com o apoio da Polícia Militar e da Força
Nacional. Os presos são um policial militar, um ex-PM e dois familiares. Todos
suspeitos de envolvimento na paralisação da PM no mês passado.
Crise na segurança – 19-02A operação tem como alvos policiais militares, familiares de policiais e
representantes de associações de classe, e também visa o cumprimento de vinte e
três mandados de busca e apreensão e dezessete notificações para depoimento,
expedidos pelo Juízo da 4ª Vara Criminal de Vitória.
Segundo o MP, o Gaeco
investiga os integrantes de uma organização criminosa que, sob pretexto de
reivindicar aumento salarial e outros benefícios aos policiais militares,
valem-se de atentados contra serviços de utilidade pública, apologia a fatos
criminosos, motim ou revolta, ameaças a autoridades, dentre outros crimes.
O MP informou ainda, em nota, que a operação não tem o objetivo de atrapalhar
as negociações por melhoria salarial, já iniciadas por comissão mista formada
perante a 3.ª Vara de Fazenda Pública de Vitória, até porque as condutas
criminosas sob apuração são contrárias aos interesses da categoria e
atentatórias à sociedade capixaba.
Em fevereiro, o Espírito Santo ficou sem policiamento porque protestos de
familiares impediram a saída de policiais militares dos batalhões e quartéis do
estado. A onda de violência causada pela falta de polícia nas ruas registrou 127
homicídios, segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol). Homens das Forças Armadas e da Força
Nacional foram convocados pelo governo para combater uma série de assaltos,
arrastões e saques.