Londrina – A 3ª Vara Criminal de Londrina vive um período de trabalho intenso. Tiveram início na segunda-feira (15) as audiências relativas à primeira fase da Operação Publicano, que apura o esquema de corrupção operado a partir da Delegacia da Receita Estadual de Londrina. Se tudo correr bem, essa etapa será concluída daqui a um mês.
Inicialmente serão ouvidas as 250 testemunhas de acusação e defesa e na sequência interrogados os 73 réus. Devido à quantidade de pessoas envolvidas, os depoimentos são tomados no Tribunal do Júri, que oferece um espaço maior e mais adequado para esse fim. Em alguns casos, no entanto, os depoimentos serão tomados em outras cidades, como em Curitiba.
O caso
Deflagrada em março do ano passado, a Operação Publicano levou à prisão de dezenas de pessoas, principalmente auditores fiscais que já respondem a processos que poderão culminar com seu afastamento da função pública. De acordo com o Ministério Público, o grupo atuava a partir da Delegacia de Londrina e cobrava verdadeiras fortunas em propina de empresários. Além de auditores, foram presos empresários, contadores, pessoas utilizadas como laranjas do esquema e um policial civil.
Uma força-tarefa da própria Receita Estadual revelou que mais de R$ 750 milhões deixaram de ser arrecadados pelo governo, mas estima-se que esse montante possa ser bem maior. Nessa primeira fase, os acusados respondem por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica.