Cotidiano

Profissionais de engenharia e arquitetura sentem na pele a importância da acessibilidade

Profissionais de engenharia e arquitetura sentem na pele a importância da acessibilidade

Profissionais da engenharia civil e arquitetura participaram de dois dias de total imersão sobre acessibilidade neste fim de semana, na AEAC (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Cascavel). Foram 16 horas de curso técnico e prático, ministrado por uma das maiores autoridades no assunto do Brasil, o arquiteto Eduardo Ronchetti de Castro. “A deficiência acaba quando são derrubados os tabus e as barreiras arquitetônicas ainda existentes”, destaca ele.

Para a presidente da AEAC, arquiteta e urbanista Larissa Cogo Rover, a experiência vivida no curso superou as expectativas. “Devemos pensar nas pessoas e como a falta de acessibilidade priva elas de terem uma vida social, desde a saída de suas casas e não apenas no comércio e atendimentos em geral”, comenta Larissa. “Além de proporcionar felicidade e socialização, a acessibilidade deve fornecer autonomia, conforto e segurança. Esses são os três pilares que direcionam os projetos”. Ela lembra que a acessibilidade não é restrita apenas a pessoas com necessidades especiais, mas também para crianças, idosos, obesos e pessoas de baixa estatura. “O aprendizado levará a AEAC a grandes atuações locais para que a população com deficiência, composta de 30%, também possa ter suas necessidades e vontades atendidas”.

A arquiteta Georgia Palacio, uma das organizadoras das capacitações ofertadas pela AEAC, classificou o curso de “enriquecedor”. “A acessibilidade ainda é um tabu, até mesmo para os profissionais. Não existe ambiente meio acessível, ou são por inteiro ou não”. O curso foi oferecido gratuitamente aos associados, assim como outros que serão promovidos pela associação até o fim do ano.
O palestrante Eduardo Ronchetti destacou a participação dos profissionais em Cascavel. “Conseguimos aprender sobre calçadas acessíveis, rampas, sanitários e tudo que uma edificação precisa ter para ser acessível. Inclusive realizamos uma vivência, levando os profissionais a sentir na pele como é se deslocar pela cidade com dificuldades de visão e motora”.
Conforme Ronchetti, as barreiras estruturais impedem que mais de 30% da população do Brasil consiga sequer sair de casa por falta de acessibilidade. “Quando as barreiras são eliminadas, a deficiência desaparece”.
Além de ser arquiteta e urbanista, Malu Polidorio Steinhofel, da Soluciona Projetos para Saúde, convive com uma deficiência que lhe tirou a visão de um dos olhos. Ela sente na pele a importância de os espaços terem acessibilidade adequada. “O direito de ir e vir com segurança é de todos. Por ser uma pessoa com deficiência, entendo as dificuldades e defendo os nossos direitos”.
O engenheiro civil Pedro Marcon também participou do curso sobre acessibilidade na AEAC. “Resolvi me inscrever para aprender mais sobre esse tema de suma importância na nossa área de atuação. A ideia é ampliar a gama de conhecimento, visando melhorar o atendimento prestado ao cliente”, enfatizou Marcon. O próximo curso a ser ministrado na AEAC será o de Vigas Protendidas, com Fábio Kikuchi Yamura. Mais informações podem ser obtidas pelo número de telefone (45) 3224-1315. (Vandré Dubiela / Comunicação AEAC)

Foto: Anderson Pereira