BUENOS AIRES ? Em meio à forte pressão dos principais sindicatos argentinos, que pretendem realizar a primeira greve geral contra o governo do presidente Mauricio Macri no fim deste mês, os professores argentinos realizam entre quarta e quinta-feira a segunda paralisação do ano. Em 18 das 24 províncias argentinas, as aulas começaram tarde e voltaram a se interromper durante 48 horas, pela demanda dos professores de obter um reajuste salarial em torno de 35%, bem acima dos 18% oferecidos pelos governos nacional e provincial.
? Não existe vocação de diálogo para resolver o conflito ? declarou a governadora da província de Buenos Aires, Maria Eugenia Vidal, uma das mais prejudicadas pela greve.
O presidente Macri pediu aos sindicatos que ?continuemos com o diálogo e busquemos o consenso?. O chefe de Estado quer evitar a greve geral convocada para o fim do mês, mas a Central de Trabalhadores Argentinos (CTA) e a Central Geral de Trabalhadores (CGT) estão decididas a avançar com o plano de ação, anunciado na primeira semana de março.
O aumento dos protestos complicam a campanha eleitoral do governo Macri, faltando seis meses para as Legislativas do próximo mês de outubro. Este é o primeiro teste eleitoral do presidente, que chegou ao poder em dezembro de 2015. Pesquisas recentes mostraram uma queda na popularidade do chefe de Estado. Atualmente, a imagem positiva de Macri alcança 44% e a negativa 53%.