Rio de Janeiro – A produção industrial brasileira se contraiu 11,7% no primeiro trimestre do ano e registrou assim seu pior resultado para esse período desde 2009, informou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No entanto, a fabricação nas indústrias do país aumentou 1,4% em março, após cair 9,8% em fevereiro e ter crescido 0,4% em janeiro. Frente ao terceiro mês de 2015, a produção nas fábricas caiu 11,4% e marcou a 25ª queda consecutiva neste tipo de comparação. No acumulado nos últimos 12 meses, o indicador teve retração de 9,6%, a mais intensa desde outubro de 2009.
A redução do dinamismo na atividade industrial ao longo do primeiro trimestre de 2016 se refletiu na queda da produção de 75,4% dos produtos analisados.
O segmento dos veículos automotores, reboques e carrocerias (-27,8%) foi, seguido pela indústria extrativa (-15,3%), o que mais pressionou para o resultado negativo.
O bom rendimento da indústria em março teve a contribuição da alta na fabricação de produtos alimentícios, que subiram 4,6%. Também influenciaram positivamente o setor da construção de máquinas e equipamentos (8,5%), assim como a elaboração de produtos farmacêuticos e químicos (8,3%).
Os números pessimistas no período janeiro-março seguem a linha dos registros do ano passado, quando a indústria caiu 6,2%, afetada pela redução do consumo das famílias por causa da desvalorização do real frente ao dólar e das elevadas taxas de juros.
Este cenário se baseia no momento de instabilidade pelo qual atravessa o país, cuja economia se contrairá em 3,89%, de acordo com as previsões do mercado financeiro.