Cascavel – Apenas quatro dos 13 caminhões de coleta de lixo saíram da garagem da OT Ambiental na manhã de ontem em Cascavel. O motivo foi o início da greve dos trabalhadores que coletam lixo na cidade, decidida na noite de sexta-feira, em assembleia geral.
De acordo com o diretor do Siemaco (Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação), José de Araújo Cândido, a data-base dos trabalhadores é 1º de fevereiro. Há dois meses já vínhamos tentando negociar. O pedido é de 15% de aumento salarial e R$ 450 no vale-alimentação.
Conforme José, a proposta da OT Ambiental, de repassar 10% de aumento e R$ 395 de vale, foi rejeitada pelos trabalhadores. Um coletor ganha R$ 1.053, mas com os descontos, sobra R$ 900. Não dá para sustentar uma família com tão pouco dinheiro.
Questionado em relação à não adesão dos garis, José disse que todos concordam com a greve. A diferença é que muitos desses profissionais já são aposentados e o salário de gari é um complemento na renda, que também é baixa.
Para o coletor Juliano Pimentel de Moraes, que trabalha há três anos e sete meses nas ruas da cidade, falta valorização. O salário é muito baixo e o trabalho só aumenta. Antigamente corríamos 35 quilômetros, hoje têm equipes que correm 50.
Há mais de quatro anos na empresa, Elias Soares dos Santos destaca o salário defasado. Todo mês quando vou ao mercado, por exemplo, compro menos coisas. Não dá para sobreviver desse jeito. Ele ressalta que o serviço é 24 horas. As pessoas podem nos criticar pela greve, mas ficamos o dia todo na rua, faça chuva ou faça sol para garantir a coleta. O mínimo que queremos é ter um salário digno.
A reportagem de O Paraná entrou em contato, por telefone, com a OT Ambiental e, até o fechamento da edição, não obteve nenhum retorno da direção.
No sábado, o secretário de Meio Ambiente, Luiz Carlos Marcon, disse que a coleta não seria prejudicada com a paralisação e que, caso necessário, os profissionais que fazem a limpeza das ruas seriam realocados para os caminhões.