PARIS – Emma Walmsley, que vai se tornar a primeira diretora executiva da GlaxoSmithKline, vai receber cerca de 25% do que seu antecessor Andrew Witty. Segundo a empresa, a diferença reflete a falta de experiência de Emma, que vai receber salário-base anual de 1 milhão de libras, ante o 1,15 bilhão que Witty recebeu no ano passado.
A empresa farmacêutica britânica também limitou o bônus que a executiva pode receber, para que este não ultrapasse seu salário, segundo o relatório anual da empresa; enquanto Witty teve a oportunidade de ganhar até 125% de seu pagamento por meio de bônus.
A remuneração menor para uma mulher que está quebrando a barreira de gênero para se tornar a primeira mulher na gestão de uma das 25 maiores empresas farmacêuticas do mundo, deve reacender o debate sobre a diferença salarial entre os gêneros.
Mas não chega a ser incomum que haja uma mudança no nível do salário quando um novo diretor executivo assume o posto, e os conselhos tentam ligar os pacotes de remuneração ao nível de experiência da pessoa e o tempo na empresa.
? Este é o momento para reexaminar a estrutura de pagamento dos executivos ? disse Stefan Stern, diretor do High Pay Centre, um think tank sobre os salários dos grandes executivos do Reino Unido. ? É bom focar na contribuição da nova pessoa e é bom ser duro e pagar a alguém menos do que a seu antecessor se seus currículos estão em um estágio diferente.
DESAFIO DE MELHORAR RESULTADOS DA EMPRESA
Phil Hampton, diretor do conselho da Glaxo, que era diretor da mineradora Anglo American e supervisionava o limite de bônus de executivos lá, também lidera uma revisão, com o apoio do governo, sobre como aumentar o número de mulheres executivas nas 350 maiores empresas do Reino Unido.
A decisão sobre remuneração na Glaxo é parte de uma revisão mais ampla da política de pagamentos da companhia para o alto escalão dos executivos, o que também resultou na demanda por mais ações para eles e por um sistema de bônus anuais simplificado.
O painel que define os salários ficou ?particularmente atento sobre o pacote de incentivos? para a nova diretora executiva, ainda de acordo com o relatório anual da empresa.
A tarefa de Emma não será fácil: a executiva de 47 anos graduada em Oxford herda o desafio de guiar substâncias de ponta para o tratamento de câncer e doenças infecciosas ao longo de testes e em seu caminho para as prateleiras das farmácias, para, assim, melhorar as receitas da companhia e dar novo fôlego aos papéis da Glaxo.
Emma, que assumirá o cargo de diretora executiva no fim deste mês, vem da unidade de saúde do consumidor da Glaxo. Fazem parte deste segmento marcas como Sensodyne, Panadol e Voltaren. Antes, ela trabalhou na gigante dos cosméticos L?Oréal.