Cotidiano

População tenta impedir a posse de vereadores presos

A Polícia Militar esteve no local para conter os ânimos, uma vez que um pequeno grupo desejava invadir o prédio da Câmara

Foz do Iguaçu – Um ato convocado pelas redes sociais reuniu dezenas de moradores em frente à Câmara Municipal de Foz do Iguaçu na manhã de ontem. Além de cobrar o fim da corrupção, que tornou a cidade objeto de notícias negativas inclusive em rede nacional por conta do escândalo desvendado pela Operação Pecúlio, os manifestantes se posicionaram contra a posse dos cinco vereadores reeleitos que estão presos desde meados de dezembro.

A Polícia Militar esteve no local para conter os ânimos, uma vez que um pequeno grupo desejava invadir o prédio da Câmara. O presidente interino Rogério Quadros – que está na função diante da licença da presidente Inês Weizemann para comandar a administração municipal até que o novo prefeito seja eleito e empossado – reconheceu o direito da população se manifestar e classificou o ato como tranquilo. Ele também disse que só dará posse aos referidos vereadores se receber uma determinação judicial.

Acusados de receber verba mensal para fazer vistas grossas ao esquema criminoso que, segundo o Ministério Público Federal, era operado sob o mando do ex-prefeito Reni Pereira, que cumpriu prisão domiciliar por 106 dias, estão privados de liberdade os vereadores reeleitos Darci Siqueira, Edílio Dall’Agnol, Luiz Queiroga, Anice Gazzaoui e Rudinei de Moura. Anice chegou a tomar posse na quinta-feira, mas o ato foi cancelado.

A PRISÃO

No dia 15 de dezembro, 12 dos 15 vereadores de Foz do Iguaçu foram presos, dois deles temporariamente (por cinco dias) e os demais preventivamente (sem prazo para libertação). Cinco deles foram reeleitos e apelaram à Justiça para tomar posse a voltar imediatamente à prisão a fim de não perder o direito ao mandato conquistado nas urnas.

MORATÓRIA

Por conta da queda na arrecadação e do escândalo de corrupção desvendado pela Operação Pecúlio, o município de Foz do Iguaçu enfrenta uma grave crise financeira. Tanto que na quinta-feira a prefeita interina Inês Weizemann suspendeu o pagamento das dívidas com credores pelo prazo de 90 dias. Segundo o secretário de Fazenda, Erton Neuhaus, nesse período só serão quitados os contratos de serviços essenciais, sobretudo os ligados à saúde e à educação. Além disso, todos serão submetidos a auditoria para verificar eventuais casos de superfaturamento.