RIO – O governador Luiz Fernando Pezão confirmou presença na audiência da Operação Calicute em que será ouvido como testemunha de defesa do ex-governador Sérgio Cabral. Em ofício enviado à Justiça Federal nesta quinta-feira, Pezão informou que vai prestar depoimento no dia 7 de abril, às 13h, como havia sido sugerido pelo juiz Marcelo Bretas.
O magistrado dispensou a presença dos réus na audiência, e os advogados do ex-governador já informaram que ele não comparecerá. Pezão foi arrolado pela defesa de Cabral, assim como o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Bretas sugeriu que o senador seja ouvido no mesmo dia, por videoconferência, mas ainda não houve resposta.
Em janeiro, a equipe jurídica de Cabral apresentou uma petição em que citava Eunício e Pezão na tentativa de tirar o processo das mãos de Bretas e levá-lo aos tribunais superiores. Quanto ao presidente do Senado, o argumento era de que, como tesoureiro do PMDB, ele havia assinado o recibo de uma doação eleitoral de R$ 2 milhões da Andrade Gutierrez que, na interpretação do Ministério Público Federal (MPF), foi uma propina disfarçada a Cabral. O caso, segundo os advogados, deveria ir ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde Eunício tem foro.
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Já a citação a Pezão fazia a referência aos contratos de duas obras em que há suspeita de pagamento de propina: o PAC das Favelas e o Arco Metropolitano. Ambos os acordos foram firmados por Pezão, então secretário estadual de Obras. A peça defendia que a ação subisse ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde Pezão tem foro.
Desde então, Cabral já trocou sua equipe de advogados. Ary Bergher e Raphael Mattos abdicaram da defesa do ex-governador após a prisão do empresário Eike Batista, que é defendido por eles e é acusado pelo MPF de pagar US$ 16 milhões em propinas a Cabral.
