O Mundo Mel, evento que começou nesta quinta-feira (17) e encerra nesta sexta (18), em Pato Branco, no Sudoeste do Paraná, comemora o bom momento vivido pela cadeia da apicultura e da meliponicultura no Brasil, na região Sul do País e particularmente no Paraná.
Centenas de pessoas passaram pelo Centro de Eventos Prefeito Astério Rigon no primeiro dia do evento, que tem como principal objetivo disseminar o conhecimento e promover acesso fácil a técnicos renomados e a soluções para a cadeia produtiva do mel. Pelo menos 460 pessoas se inscreveram para as palestras, enquanto 280 crianças estiveram no espaço kids.
O encontro é organizado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Instituto Água e Terra (IAT), Sebrae/PR e Prefeitura de Pato Branco.
O Paraná é o segundo maior produtor de mel do país. Os dados do Agrostat, plataforma do Ministério da Agricultura e Pecuária que acompanha o comércio exterior do setor agropecuário, apontam que o Paraná teve acréscimo de 57,8% em exportação de mel in natura nos primeiros nove meses de 2024, alcançando 2,5 mil toneladas. No ano anterior tinham sido 1,5 mil toneladas.
Em valores resultantes da exportação, o crescimento foi de 41,2%. De janeiro a setembro de 2023 entraram US$ 4,5 milhões, enquanto neste ano foram US$ 6,3 milhões. No Brasil, o volume cresceu 32%, passando de 21 mil toneladas no mesmo período do ano passado para 27,8 mil toneladas agora. Em receita, o País arrecadou US$ 71,7 milhões nos oito primeiros meses de 2023 – 8,5% superior aos US$ 66,1 milhões de 2023.
“O evento reúne no mesmo local apicultores, meliponicultores, empresas de serviços e de equipamentos, especialistas, técnicos e a população, pois todos reconhecemos a importância desse produto tanto para a alimentação quanto para a obtenção de renda”, afirmou a chefe do Núcleo Regional da Seab de Pato Branco, Leunira Vigano Tesser.
“A preservação desses insetos é uma preocupação do Governo do Estado e das instituições, por isso a grade da programação dedica parte das palestras para esse conteúdo, com vistas a mostrar que as abelhas podem conviver bem com uma agricultura bem feita”, reforçou.
No Estado, o programa Coopera Paraná é um dos que têm como foco o apoio para associações e cooperativas da agricultura familiar que trabalham, entre outros produtos, com a cadeia produtiva do mel. O Banco do Agricultor Paranaense também possui uma linha de financiamento específica para quem se dedica ou quer se dedicar à atividade, com absorção integral dos juros pelo Estado para agricultores familiares.
DEFESA AGROPECUÁRIA
A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) também participa do evento com orientações sobre a importância do combate à mortalidade de abelhas e o controle de cadastros e trânsito de colmeias. O chefe da Divisão de Fiscalização do Comércio e Uso de Agrotóxicos, Leandro Dadalt, comentou o trabalho.
“Ações de fiscalização, tanto nas ocorrências de mortandade quanto preventivas, são fundamentais para garantir a conformidade na aplicação segura de agrotóxicos”, afirmou. Segundo ele, também é importante que os produtores de grãos façam inspeções preventivas nos pulverizadores.
A Adapar, por meio do Departamento de Saúde Animal, realiza cadastro anual dos apicultores e meliponicultores. “Manter o cadastro atualizado é fundamental e, em casos de mortalidade de abelhas, o apicultor deve informar imediatamente a Adapar para possibilitar a investigação das causas”, orientou Ricardo Gonçalves Velho Vieira, chefe da Divisão de Sanidade de Equídeos, Caprinos, Ovinos, Abelhas e Bicho-da-Seda.
Para realizar o cadastro, o apicultor deve comparecer à unidade da Adapar mais próxima, levando documentos pessoais e da propriedade.
MEL NO PARANÁ
Em 2023 o Valor Bruto de Produção (VBP) foi de R$ 161 milhões, totalizando 10,2 mil toneladas. Arapoti foi a cidade paranaense que mais produziu mel, com um VBP de R$ 24,9 milhões e produção de 1,5 mil toneladas no ano passado. Em segundo lugar ficou Ortigueira com o VBP de R$ 9,4 milhões (600 toneladas), seguida de Prudentópolis, com um VBP de R$ 5,9 milhões (380 toneladas).
Fonte: AEN