Cotidiano

Passageiros seguem confusos com novas rotas de ônibus em São Cristóvão

2016 907632945-201605062359385321.jpg_20160506.jpgRIO ? Desde o último sábado, passageiros estão se adaptando às novas alterações viárias em São Cristóvão, decorrentes da continuidade das obras de transposição do Rio Joana (que integra o Programa de Controle de Enchentes da Grande Tijuca). Houve a implantação de sentido duplo em trechos das ruas Figueira de Melo, onde foi criada uma área de estacionamento, e São Cristóvão. As novas configurações, extensivas a 21 linhas de ônibus municipais e intermunicipais, serão mantidas até o término das obras, previsto para julho. Nesta primeira etapa, o percurso então utilizado para acesso à Linha Vermelha e ao Campo de São Cristóvão, para os veículos procedentes da Rua Figueira de Melo, e na ligação Benfica-Centro e Linha Vermelha-Centro, foi alterado.

Uma via alternativa foi criada no interior do terreno da CEG, ligando a Avenida Pedro II à Rua São Cristóvão, cujo percurso ficará disponível entre 6h e 22h, exclusivamente aos veículos de passeio, motos e ônibus de até 3,80m.

Abner Lins mora e trabalha no bairro imperial, como jornaleiro em um ponto na Figueira de Melo, e segue confuso.

? Está impossível passar por aqui. As mudanças são feitas, mas não tem ninguém para ajudar, nem placas de sinalização. Como a rota que os ônibus têm que fazer não está sendo cumprida, nunca sei para onde devo ir: se pego na Rua Pedro II ou em frente à feira nordestina.

Da sua lista de opções para ir ao Centro (linhas 298, 296, 313, 312, 473, 472) ou para a Tijuca (linha 634), seus destinos mais frequentes, o itinerário incerto deste último vem lhe causando transtorno.

? Poderia pegar o 634 (Bananal-Saens Peña) no Campo de São Cristóvão. Ele contornaria a feira e voltaria para o Largo da Cancela; entraria na Avenida do Exército (ao lado do Hospital Dr. Aloan) para sair ao lado da Quinta da Boa Vista, seguindo em direção ao Pedro II e ao seu trajeto normal. Mas raramente algum motorista faz isso ? explica o passageiro. ? A maioria não vai para o campo; entra direto na Avenida do Exército e sai na Quinta da Boa Vista; ou segue direto para a Avenida Brasil. Tenho que adivinhar o trajeto que o motorista fará.

A estudante Ester Teles também se queixa do desvio imprevisível de motoristas:

? Já não era fácil pegar ônibus antes. Agora está pior porque os motoristas não respeitam as rotas e os pontos ? diz.

O caminho mais longo para voltar para casa foi a mudança causada na rotina da universitária Jeneffer Silva, que mora, estuda e trabalha no bairro.

? Dependo dos ônibus porque faço faculdade à noite. O impacto foi grande para mim na volta, pois, antigamente, eu descia quase na porta de casa. Agora, tenho que andar uma parte da Rua São Cristóvão ou da Figueira de Melo, e é perigoso. A rua fica deserta nesse período ? conta a usuária, habituada a pegar as linhas 296, 298 e (agora) 624.

A publicitária Ângela Lima, residente na Avenida do Exército, há anos dá preferência ao transporte por táxi, mas também observa irregularidades.

? No 665 (Pavuna-Saens Pena), eu vejo ?bandalha? direto. Esses ônibus deveriam dar a volta no Campo São Cristóvão, mas insistem em fazer curva na Rua Fonseca Teles, que não faz te do trajeto deles, além de não ser um local adequado paraônibus por ser estreita e residencial, sem ponto. Eles passam por cima da calçada e já quebraram contenções. Eu sempre presencio pessoas na rua reclamando com os motoristas que passam por lá ? diz.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria municipal de Transportes (SMTR) afirmou que vai notificar o consórcio Internorte (responsável pelas linhas 634 e 665) a cumprir os itinerários determinados. Disse que, desde o dia 7, quando começaram as novas intervenções, os ônibus que circulam no bairro contam com dois itinerários: das 6h às 22h, as linhas têm desvio de rota; e das 22h às 6h, os itinerários seguem os mesmos anteriores às obras. A SMTR informou ainda que a sinalização e a orientação aos passageiros são de responsabilidade da Rio-Águas, que gerencia as obras na região.