VATICANO ? Em audiência nesta quinta-feira com o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, o Papa Francisco aprovou um milagre atribuído a Francisco Marto e Jacinta Marto, dois dos três Pastorinhos de Fátima. Esse era o passo que faltava para a canonização dos irmãos portugueses, beatificados por João Paulo II em 2000.
Segundo decreto divulgado pela Santa Sé, a data e o local para a cerimônia de canonização serão decididos no dia 20 de abril, na próxima reunião de cardeais.
Segundo a tradição católica, Francisco e Jacinta, com a prima Lúcia dos Santos, testemunharam em 1916 três aparições de um anjo, que ficou conhecido como o ?Anjo de Portugal?. No ano seguinte, o trio testemunhou aparições da Nossa Senhora, sempre no dia 13 entre maio e outubro, na cidade de Fátima.
Os dois futuros santos morreram ainda durante a infância, diferente da prima Lúcia, que viveu até os 98 anos. Foi ela que divulgou, em obra escrita em 1937, as aparições do Anjo de Portugal.
DEGRAUS PARA A CANONIZAÇÃO
A canonização representa o reconhecimento por parte da Igreja Católica de que uma pessoa é um modelo de santidade e digna de reverência em todo o mundo. Antes disso, um candidato passa por três etapas de avaliação. Primeiro, é reconhecido como “Servo de Deus”, quando o Vaticano aceita abrir o processo de beatificação encaminhado por alguma diocese.
Depois disso, assim que for reconhecido que o candidato cumpriu de forma heroica as 11 virtudes exigidas pela Igreja ou que sofreu martírio em defesa da fé, ele passa à condição de “Venerável”. Quando há a comprovação de um milagre, o candidato é considerado “Beato” e sua imagem pode, então, ser cultuada no país onde morreu. No caso de martírio reconhecido, o milagre é dispensado.
Após a comprovação de mais de um milagre, o que acaba de acontecer com os irmãos Marto, o candidato é elevado à condição de “Santo”, e sua imagem pode então ser venerada em todas as igrejas do mundo. Para que os milagres sejam reconhecidos, médicos especialistas de fora da Igreja precisam atestar que a cura em questão não tem explicação científica.