OESTE

Mel do Oeste impulsiona turismo gastronômico e valoriza agricultura familiar

Descubra como o mel do Oeste do Paraná está transformando a gastronomia em Foz do Iguaçu, atraindo chefs renomados - Foto: Gilson Abreu/AEN
Descubra como o mel do Oeste do Paraná está transformando a gastronomia em Foz do Iguaçu, atraindo chefs renomados - Foto: Gilson Abreu/AEN

Cascavel e Paraná - Da agricultura familiar direto para os pratos de renomados chefs da rede hoteleira de Foz do Iguaçu. O mel do Oeste do Paraná com IG (Indicação Geográfica) tem conquistado espaços importantes na alta gastronomia de uma das cidades mais relevantes do turismo brasileiro.

Para o presidente da Cooperativa Agrofamiliar Solidária (Coofamel), com sede em Santa Helena, Antônio H. Schneider, o atual cenário de crescimento é reflexo do comprometimento com a qualidade do produto oferecido.

“Percebemos uma mudança de hábito no consumo de mel, o que é fantástico. Até então, o mel era lembrado na entrada do inverno, para gripes e resfriados. Quando chefs de cozinhas renomadas passam a utilizá-lo na gastronomia, isso faz toda a diferença, porque é uma vitrine.”

Entre os preferidos para uso na elaboração de pratos está o Mel Jataí, e o motivo é fácil de entender. Produzido pela abelha Jataí, esse mel é considerado raro, o que exigiu a valorização do produto no mercado.

“A produção desse mel é diferente, não tem muito volume. A média anual de uma colmeia é de 1 kg. Por isso, entendemos que era preciso priorizar a culinária e o consumidor final. Há três anos, mudamos a logo e a identidade visual, migramos para embalagem de vidro, o que aumentou em mais de 100% as vendas”, explica o presidente Antônio.

Duas décadas de crescimento

Para chegar até esse momento, foram necessários 20 anos de trabalho árduo de aproximadamente 130 famílias do Oeste — e parte do Sudoeste — na produção desse mel, que hoje é referência em todo o País, principalmente após a conquista da IG em 2017.

Emerson Durso, consultor do Sebrae/PR, acompanhou grande parte do processo. A parceria teve início em 2007, com foco na melhoria da qualidade, boas práticas de fabricação no campo e no processamento, até culminar na certificação.

“A IG chegou para o mel do Oeste como uma ferramenta para contribuir e elevar o padrão de qualidade do produto. Para obter o selo, o produtor precisa seguir um caderno de especificações que descreve como o mel deve ser produzido”, explica o consultor.

Atualmente, a Coofamel mantém um padrão rigoroso para o mel com IG. Nem todos os produtores têm direito à certificação, é necessário cumprir um checklist, e apenas quem atinge ao menos 80% dos critérios pode utilizar o selo.

IG Mel do Oeste

A Indicação de Procedência do Mel do Oeste do Paraná foi reconhecida em julho de 2017. Ela atesta que o produto da região possui propriedades únicas, encontradas somente nestes cenários, como as floradas e a vegetação utilizadas pelas abelhas. O clima e a localização geográfica também influenciam diretamente no resultado final.