Cotidiano

Meirelles já vê retomada da confiança na economia e dos investimentos

BRASÍLIA – Empossado há menos de uma semana, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou, nesta quarta-feira, que já começou a receber telefonemas de empresários comunicando que vão voltar a realizar investimentos no país. Segundo ele, seu trabalho à frente da Fazenda é trabalhar para trazer de volta uma previsibilidade que havia sido perdida nos últimos anos e que já dá sinais de retomada:

_ Previsibilidade é o que justifica investimentos. Isso está mudando rápido. Estamos vendo a reativação de planos de investimentos. Ontem me ligaram aqui para falar de planos de investimento que estão sendo retomados. Empresários estão apostando que o Brasil vai voltar a crescer.

Para os que cobram de Meirelles que o governo anuncie logo medidas concretas para a economia, o ministro rebateu:

_ O que não vamos fazer é enfraquecer essas medidas e a capacidade de negociação com anúncios precipitados para satisfazer a ansiedade de todos nós, da equipe, dos jornalistas, dos analistas, dos banqueiros. Anunciar medidas e números precipitados que depois tenham que ser corrigidos ou modificados começa um enfraquecimento do processo de conduzir o ajuste da economia.

Ele lembrou que sua equipe na Fazenda foi anunciada e só começou a trabalhar junta esta semana:

_ Estamos trabalhando 14 horas por dia. É importante lembrar que a equipe de fato começou a trabalhar ontem (terça-feira).

Perguntado sobre quando a população vai começar a sentir os efeitos do trabalho da equipe econômica na vida real, o ministro não quis fazer previsões. Ele afirmou que houve retrocessos relevantes nas contas públicas, na confiança na estabilidade de regras e na previsibilidade da economia nos últimos anos. Segundo o ministro, esse quadro já começou a mudar rapidamente:

_ Seria prematuro começar a fazer previsões (sobre quando a população vai sentir os efeitos da nova política econômica). Não será nas próximas semanas e não necessariamente nos próximos anos. Vai ser nos próximos trimestres. Houve alguns retrocessos relevantes que estamos discutindo. Nas contas públicas foi o mais relevante. Existe também um retrocesso grande no nível de confiança na estabilidade de regras, que influencia investimentos. Mas isso está mudando.