RIO – O escritor e diplomata potiguar João Almino, de 67 anos, foi eleito nesta quarta-feira o novo ocupante da cadeira 22 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Almino recebeu 30 votos entre os 33 acadêmicos que participaram do pleito, 23 presentes e 10 por carta. Foram registrados ainda três votos em branco. Ele sucede Ivo Pitanguy, morto em agosto do ano passado, e era o favorito para a vaga.
O escritor venceu o Prêmio Casa de las Américas em 2003, com ?As cinco estações do amor? (Record), e o Prêmio Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura em 2011, com ?Cidade livre? (Record). Seu último livro foi ?Enigmas da primavera? (Record), de 2015, finalista do Prêmio Rio de Literatura.
Ex-aluno do filósofo francês Claude Lefort, Almino também é autor de vários livros de História e filosofia política, que são referências sobre autoritarismo e democracia. É o caso de “Os democratas autoritários”, de 1980, “Idade do presente” (1985), “Era uma vez uma Constituinte” (1985) e “O segredo e a informação” (1986). O diplomata deu aulas na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), Universidade de Brasília (UnB), Universidade de Berkeley, Universidade de Stanford, na Universidade de Chicago e no Instituto Rio Branco.
A eleição de Almino para a cadeira número 22 acontece depois de um episódio inusitado ocorrido em novembro do ano passado. No primeiro pleito, a sucessão de Ivo Pitanguy terminou sem vencedores. Os dois candidatos mais votados, o poeta e filósofo Antonio Cícero e o cientista político e ex-ministro da Cultura, Francisco Weffort, não alcançaram a maioria simples necessária e não houve vencedor. Assim, o processo eleitoral foi reiniciado.
Os outros candidatos na disputa com João Almino eram Osmann de Oliveira, José Itamar de Abreu Costa, Antonio Spyer de Mourão Matos e Juarez M. Avelar. De acordo com o estatuto, para se candidatar à ABL é preciso ter publicado obras ?de reconhecido mérito?, literárias ou não.