Cotidiano

Itaipu apresenta gestão compartilhada da água à ONU

Itaipu apresenta gestão compartilhada da água à ONU

A cooperação transfronteiriça entre Brasil e Paraguai, para a gestão compartilhada das águas do Rio Paraná e a geração de energia limpa e renovável, é um dos temas que serão apresentados pela Itaipu Binacional na Conferência Mundial da Água, que começa nesta quarta-feira (22), Dia Internacional da Água.

O evento segue até sexta-feira (24), na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, com o objetivo de avançar na implementação dos Objetivos da Década Internacional de Ação, que compreende o período de 2018 a 2028 e têm como lema “Água para o desenvolvimento sustentável”.

A discussão sobre gestão compartilhada será feita em evento paralelo da conferência, nesta quarta-feira, às 19h30, organizado pela Itaipu em parceria com os ministérios de Relações Exteriores do Brasil e Paraguai, Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (Unece), Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), Instituto de Educação para a Água (IHE Delft, Países Baixos) e o Programa Hidrológico Intergovernamental da Unesco.

Até sexta-feira, a Itaipu (ao lado de instituições internacionais e representantes de países) participará de outros três eventos paralelos, com debates sobre nexo água-energia-alimento-meio ambiente para uma transição energética inteligente; soluções integradas de apoio à cooperação regional, resiliência climática e biodiversidade; e avaliação global da água baseada na ciência.

“Esta é a primeira Conferência de Água da ONU em mais de 40 anos, com líderes globais se reunindo em torno de um tema crucial para a Itaipu: a água. A Itaipu não poderia estar de fora, não só por sua relevância no nexo água- energia no cenário internacional, frente aos desafios climáticos e de desenvolvimento sustentável, mas também porque é nesta conferência que organizações, estados-membros e sociedade civil, de várias partes do mundo, se reunirão para dar o tom da ação global da água”, disse Lígia Leite Soares, da Assistência da Diretoria de Coordenação.

“Assim, poderemos trazer inovações e soluções encontradas por outras instituições e organismos internacionais, como, por exemplo, a respeito do compartilhamento e uso de dados na gestão transfronteiriça das águas”, completou.

A margem brasileira de Itaipu está presente no fórum com uma delegação 100% feminina. Além de Lígia, participam do encontro as biólogas Simone Frederigi Benassi e Jussara Elias de Souza, da Divisão de Reservatório. Da margem paraguaia, participam a conselheira María Antonia Gwynn Ramírez e Daniel Alejandro Vazquez Bado, também da Divisão de Reservatório.

 

Compromissos

A binacional também levou para a conferência dois compromissos para a Agenda de Ação pela Água, que reúne iniciativas voluntárias para o enfrentamento dos compromissos globais e a implementação da Agenda 2030 da ONU: a universalização da coleta e tratamento de esgoto da área urbana de seis municípios do Oeste do Paraná; e o monitoramento de micropoluentes e de qualidade de água do reservatório.

“São iniciativas que evidenciam o nosso comprometimento com a Década de Ação pela Água e com o progresso das metas do ODS 6 (Água potável e saneamento), por meio de ações que integram cuidados com a água, biodiversidade, ecossistema, saneamento, saúde pública, bem-estar da população e usos múltiplos do reservatório, que incluem a geração de energia limpa e renovável”, destacou Lígia.

Gerente da Divisão de Reservatório da margem esquerda, Simone Benassi observa que há 40 anos as equipes brasileiras e paraguaias de Itaipu reúnem uma série de informações, especialmente relacionadas à qualidade da água e biodiversidade aquática. Esses dados, segundo ela, vêm subsidiando a empresa a elaborar indicadores e painéis de gestão e análise inteligente de dados capazes de guiar ações para a melhoria das condições ambientais e segurança hídrica do reservatório.

“Durante a conferência, vamos mostrar nossos resultados e dialogar com especialistas do mundo inteiro, trocando experiências nas áreas de gestão de recursos hídricos e de conservação de águas transfronteiriças, como é o caso do reservatório de Itaipu”, antecipou. “Conflitos de uso da água já vêm ocorrendo em diversas partes do mundo, e as soluções cooperativas para lidar com essas questões e gestionar, de forma compartilhada, dados e informações para o gerenciamento e manejo do reservatório de Itaipu, podem ser usadas por outros países.”