Foz do Iguaçu Quanto mais a Operação Pecúlio avança, mais complicada fica a vida de Reni Pereira. Peças da investigação da Polícia Federal tornadas públicas ontem colocam o prefeito de Foz do Iguaçu como suposto líder do esquema que teria desviado recursos federais da ordem de R$ 4 milhões e ainda mantém na prisão seis acusados, entre eles os ex-secretários municipais Carlos Budel, Melquizedeque Souza e Rodrigo Becker.
A investigação, com participação da Corregedoria-Geral da União, identificou que um grupo formado por servidores, agentes políticos e empresários fraudava licitações de asfaltamento e contratos na área da saúde. Quando a operação foi deflagrada, a PF chegou a pedir a prisão preventiva de Reni, que não foi acatada pela Justiça.
Todavia, os investigadores dizem ter gravações que mostram que o prefeito usou a sua influência política para neutralizar uma investigação da Câmara sobre os desvios por meio da nomeação de pessoas indicadas por alguns vereadores.
“Consegui resolver metade das nomeações dos vereadores”, diz Reni numa conversa telefônica com Melquizedeque gravada com autorização judicial. Conseguiu?”, questiona o ex-secretário, e o prefeito então complementa: “É, mas vamos ter que arrumar função pra eles. Ficou tudo como assessor especial”. Melquizedeque deveria ter prestado depoimento na segunda-feira sobre o assunto, mas preferiu ficar em silêncio.
NOVA AÇÃO
Para complicar ainda mais o lado de Reni Pereira, a 6º Promotoria de Justiça de Foz do Iguaçu ajuizou mais uma ação civil pública contra ele por improbidade administrativa. O motivo é a contratação sem licitação de uma empresa ao custo de quase R$ 391 mil para operação do Samu por 180 dias. Ontem, a prefeitura emitiu nota dizendo não ter sido notificada a respeito e informando que já instaurou uma sindicância para apurar os fatos.