
? Eu diria, seja como político ou jurista, que obviamente seria melhor que (a questão do impeachment) fosse decidida antes do evento olímpico ? disse o ministro, acrescentando:
? Essa incerteza leva à impaciência, e a impaciência leva, às vezes, a manifestações mais exacerbadas que acabam derivando para quebra-quebra, para dano ao patrimônio público ou privado. Então, o ideal seria obviamente que houvesse o julgamento antes, mas, pelo cronograma que o Supremo Tribunal Federal elaborou, isso deve ficar para depois. Então, também não afetará as Olimpíadas.
Na entrevista, Alexandre de Moras também voltou a se posicionar a favor das investigações da Operação Lava-Jato e do uso da delação premiada, classificada por ele como “instrumento eficaz para que a gente pare de enxugar gelo”. Também negou que haverá mudança no comando da Polícia Federal.
? É uma investigação importantíssima e eu posso garantir em meu nome, em nome do presidente Michel Temer, que todo apoio do Ministério da Justiça vem sendo dado, será dado e qualquer coisa que a Polícia Federal precise, que o Ministério Público Federal precise, ou que o juiz Sérgio Moro precise da parte do executivo terão. Isso eu disse de viva voz, quando visitei não só o juiz Sergio Moro em Curitiba, quanto a toda força-tarefa do Ministério Público e a nossa Polícia Federal.
Perguntado se há preocupação do governo com possíveis manifestações anti-Temer durante o evento esportivo, o ministro garantiu que não haverá “repressão à liberdade de manifestação”.
? Desde que seja a liberdade de manifestação, seja a favor do governo, contra o governo, a favor do impeachment ou contra o impeachment, não há nenhum problema, desde que não transborde do direito de manifestação, que a Constituição garante, para a criminalidade.
Sobre a segurança durante a Olimpíada do Rio, Moraes garante que a área terá “o mesmo sucesso da Copa do Mundo”, ocorrida em 2014. O ministro também voltou a dizer que um atentado terrorista, envolvendo o Estado Islâmico, é improvável, mas possível, “como no resto do mundo”.
? Não há probabilidade, mas não se descarta a possibilidade. Por isso, nós estamos trabalhando como se pudesse ocorrer, mas não há presença do Estado Islâmico no Brasil ? declarou, citando o intercâmbio das forças de segurança brasileiras com agências de inteligência de 83 países.