Nos últimos dias quem passou pelo o Lago Municipal de Cascavel, um dos principais pontos turísticos da cidade e foi contemplar a Igrejinha, se perguntou: “Cadê a igrejinha?”… Além do seu valor histórico, o antigo prédio é cenário muito requisitado para fotos pelas cores e o “clima nostálgico” da edificação, cuja construção original remonta o ano de 1960, no Distrito de São João do Oeste. O secretário municipal de Comunicação Social, que também acumula a pasta da Cultura, Jefferson Lobo, confirmou que a igreja foi retirada do local e que será restaurada e remontada no formato original que a maioria dos cascavelenses conhece.
De acordo com o secretário, a estrutura da igreja foi toda desmontada e as madeiras foram levadas para um espaço no Parque de Exposições Celso Garcia Cid. A medida foi necessária porque existia o risco de desabamento total do antigo prédio. Por isso, as peças de madeira foram tiradas e numeradas, uma a uma, para que possam serem restauradas e remontadas na mesma sequência, mantendo o formato original. “Queremos aproveitar o máximo possível da madeira, o que não estiver danificado e o restante reposto”, explicou.
Além da ação do tempo sobre o madeiramento da igreja, em março deste ano, uma árvore caiu em cima da estrutura que já estava com problemas, o que acabou danificando ainda mais a edificação, inclusive do telhado. Lobo lembrou que a igreja já passou por um processo de restauração, mas que com o tempo, novamente precisa de cuidados, já que o próprio clima acaba agredindo a estrutura. “Não é simplesmente reconstruir, precisamos de mão de obra especializada, de uma técnica restauradora para isso”, disse.
Para contratar a empresa que fará o serviço o primeiro passo são os projetos estrutural e elétrico e, para isso, a Secretaria Municipal de Cultura vai publicar nos próximos dias a licitação para contratação de uma empresa que fará os projetos complementares para que, depois, a obra em si seja licitada. O Conselho Municipal de Cultura aprovou o valor de R$ 134 mil para investir nos projetos e, em seguida, vão buscar os valores para a reconstrução.
“Vamos buscar captar recursos para o investimento da obra, tanto da igreja quanto do anexo que queremos construir ao lado, que já passou pelo o conselho e foi aprovado”, disse. A intenção é de construir ao lado da igreja um espaço cultural, mas ainda não se tem mais detalhes, mas que será voltado ao setor artístico e cultural da cidade. Sobre prazos, ele disse que não tem como prever porque vai depender primeiro dos projetos estarem prontos, para depois disso, conseguir os recursos.
Para o secretário, a “igrejinha”, como é popularmente conhecida, é importante para a cidade e o próprio conselho se envolveu, por ser um patrimônio histórico e cultural da cidade.
São João do Oeste
O nome oficial da “Igreja do Lago” é Igreja Nossa Senhora de Fátima, sendo que ela foi o primeiro templo católico da cidade. Foi construída totalmente em madeira, inicialmente no distrito de São João do Oeste, sendo que toda comunidade participou da obra que foi finalizada e inaugurada em 1960. Em 1987, ela foi transferida para o Lago Municipal que fica dentro do complexo do Parque Ecológico Paulo Gorski, com o objetivo de preservar a história e seu estilo singular. O transporte e a reconstrução foi um processo minucioso e cuidadoso.
A Igreja do Lago foi reinaugurada em 1993 e desde 2012 é tombada como Patrimônio Histórico de Cascavel, por meio da Lei 5.977. Entre os anos de 2014 a 2017 ela acabou ficando fechada, sendo reaberta ainda primeiro ano da primeira gestão do prefeito Leonaldo Paranhos. Naquela oportunidade, a edificação que simboliza o início do processo de colonização do Município, recebeu melhorias como troca de parte do telhado, do beiral e forro, que foi parcialmente substituído; o assoalho foi reformado. A igreja também recebeu pintura em algumas partes internas e em toda parte externa.