Cotidiano

Hospital Bom Jesus apela a municípios para evitar falência

Dívida está acima de R$ 16 milhões e unidade pode encerrar atendimentos

Toledo – O Hospital Bom Jesus, de Toledo, enfrenta dificuldades em manter os serviços à saúde por conta das dívidas acumuladas ao longo de anos. O montante atual ultrapassa os R$ 16 milhões entre fornecedores, médicos plantonistas, bancos e procedimentos clínicos.

Segundo o superintendente do hospital, Thiago Stefanello, oito prefeitos que integram o Ciscopar (Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná) participaram ontem de reunião para elaborar uma maneira de auxiliar a unidade quanto aos pagamentos.

A proposta apresentada, que ainda será avaliada pelo setor jurídico de cada gestor, é de pagar a diferença de 20 leitos da UTI Adulto, cerca de R$ 322, para completar os R$ 800 que deveriam ser pagos pela tabela do SUS. Hoje, o valor encaminhado pelo Ministério da Saúde a cada leito é de R$ 478, o que, conforme Stefanello, não é suficiente.

Além disso, os municípios se propuseram a pagar os plantões das especialidades de sobreaviso, que incluem ortopedia, cirurgia geral e vascular, neurocirurgia e neurologia. O valor entre as duas ações, se repassado ao Bom Jesus, será de aproximadamente R$ 300 mil.

A Secretaria Estadual da Saúde, por sua vez, oficializou ontem o pagamento da diferença dos leitos da UTI Neonatal, bancando os mesmos valores que os municípios, e mais R$ 60 mil ao Hospsus (Programa de Apoio aos Hospitais Públicos e Filantrópicos do Paraná).

Portaria

Uma das cobranças para melhorar os atendimentos aos pacientes do Oeste é a habilitação da portaria 2395/2011 para a região Macro-Oeste, que garante mais recursos e infraestrutura ao setor. No entanto, Stefanello ressalta que o processo seria discutido na reunião de quarta-feira com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, mas que foi cancelada pelo parlamentar devido a compromissos políticos. Dessa forma, não há data para uma nova conversa com o governo federal.

“É uma situação bem difícil, pois não temos mais condições de pagar. O problema precisa ser solucionado o mais rápido possível, e é necessário apoio dessas três vias – municípios, estado e União. Caso isso não ocorra, em março o processo de falência poderá ser aberto”, lamenta Tiago.

O Bom Jesus é privado, mas atende pelo SUS.