RIO – A gerente da joalheria Antonio Bernardo no Shopping da Gávea, Vera Lucia Guerra, disse nesta quarta-feira em depoimento do processo da Operação Calicute que o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e Carlos Emanuel Miranda, apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como operador do peemedebista, compravam com desconto e pediam para não terem as notas fiscais emitidas. De acordo com ela, as compras eram feitas em datas comemorativas.
– Era sempre com desconto especial e sem nota fiscal, a pedido dele – disse Vera, sobre Carlos Miranda e, em seguida, confirmando que o mesmo era feito com Cabral.
Vera afirmou que o pagamento era em espécie ou parcelado em cheque em até dez vezes. No dia que ele seria descontado, o dinheiro era levado à loja.
No depoimento dado no dia da deflagração da operação Calicute, a gerente havia dito que não cabia a ela responder por esta parte de pagamento e por isso não sabia dizer se houve ou não pagamento sem nota fiscal.
De acordo com Vera, Cabral e Miranda eram clientes antigos. A gerente foi questionada pela defesa de Miranda sobre como era feito o controle de estoque, uma vez que não havia nota fiscal e ela disse que não sabia. Após a operação Calicute, Vera afirmou que as notas fiscais foram emitidas.
A gerente da HStern, Maria Luiza Trotta, que ia depor hoje vai ser ouvida na sexta, quando outros depoimentos já estavam marcados.