Cascavel – O cenário econômico de 2015 trouxe reflexos negativos aos programas para financiamento de moradias. Com o real desvalorizado e a inflação corroendo cada vez mais o poder de compra das famílias, muitas tiveram de escolher quais contas seriam quitadas no fim do mês.
A maioria delas optou por manter os serviços essenciais como água e luz. Um dos compromissos deixados para trás e que teve aumento no número de inadimplentes foi o pagamento da casa própria.
Somente na região Oeste do Paraná, 6.320 famílias encerraram o ano com pendências no pagamento nos programas de financiamento de moradias. Esse grupo de pessoas têm contratos firmados com a Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná). O total de débitos corresponde aos mutuários de 367 conjuntos habitacionais entre os 50 municípios da região, e que têm três parcelas em atraso.
Considerando as famílias inadimplentes e que acumulam dívida superior a esse período, são 36,79% do total, ou seja, 2.325 beneficiados pelo programa do Governo do Estado.
O gerente regional da Cohapar, Odejalma Cordeiro, comenta que dívidas já eram previstas e que apesar dos reflexos da crise chegarem com menor impacto na região, muitas famílias foram prejudicadas.
Podemos considerar que o Oeste sofre menos em relação às outras regiões do País, mas reconhecemos que houve a perda de empregos e, consequentemente, isso reflete na dificuldade em colocar em dia os compromissos financeiros, afirma.
Conforme ele, apesar do atraso nos pagamentos, a Cohapar tem sensibilidade para compreender o momento econômico e oferece a possibilidade de negociações.
Buscamos todas as alternativas possíveis para ajudar as famílias. Em últimas situações agimos com a retirada de imóveis, e em pelo menos cinco anos raramente isso ocorreu, explica.
Parcelas
Os conjuntos habitacionais são construídos em parceria de prefeituras que em algumas situações doam áreas às construções. O valor e o período de pagamento das moradias dependem de cada contrato e critérios como localização, espaço dos terrenos e tamanho das residências.
As parcelas custam em média de R$ 70 a R$ 300 nas áreas urbanas. Já em relação às casas rurais o contrato prevê quatro parcelas anuais de R$ 285. Em 2015 a Cohapar entregou 901 moradias na região Oeste, entre urbanas e rurais.