RIO – Em depoimento à Polícia Federal, o advogado Thiago Aragão negou ter recebido dinheiro em espécie das mãos de Luiz Carlos Bezerra, apontado pelo Ministério Público Federal como operador do ex-governador Sérgio Cabral. Aragão foi sócio da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo e foi preso na última quinta-feira durante a deflagração da Operação Eficiência.
O advogado disse ainda não saber o motivo pelo qual foi encontrado uma imagem contendo um antigo endereço seu no email de Bezerra. No depoimento, ele diz que se desvinculou unilateralmente do escritório de Adriana.
Aragão foi citado no depoimento de Michele Tomaz Pinto, ex-funcionária do escritório de advogacia com quem ele teve um relacionamento. Michele disse que Bezerra entregava dinheiro ao advogado para custódia em um cofre que ficava na sala dele. Aragão disse que era Michele quem colocava os valores diretamente no cofre. O advogado afirmou ainda que, como Michele foi demitida do escritório, fato que atribui a ele, e por ter sido ele a terminar o relacionamento, ela nutre sentimento de rancor em relação a ele.
Aragão é concunhado de Italo Garritano, dono da rede de comida japonesa Manekineko, que é um dos clientes do escritório de Adriana Ancelmo. Os procuradores suspeitam que a rede servia para lavagem de dinheiro do esquema do ex-governador Sérgio Cabral. Aragão disse que o escritório prestava serviço para a empresa em todas as áreas, exceto a criminal.