Cotidiano

Entrada de novo investidor no RIOgaleão pode fazer projeto avançar, diz BNDES

RIO – A entrada de um novo investidor no RIOgaleão abre a possibilidade de aporte de garantias necessárias para que projeto avançar, afirmou o BNDES nesta terça-feira. O grupo chinês HNA, que adquiriu uma fatia da Azul em 2016, negocia comprar a fatia da Odebrecht TransPort no consórcio. Representantes da empresa asiática desembarcam nesta quarta-feira no Rio para negociar o acordo.

O banco explicou que a liberação do crédito de longo prazo do RIOgaleão depende de questões relacionadas à capacidade de pagamento decorrente da concessão do aeroporto internacional do Rio ou, ?alternativamente, da prestação de garantias externas ao projeto, como fiança bancária ou aval corporativo, aceitos pelas políticas de crédito do BNDES?. O empréstimo-ponte, no valor de R$ 1,1 bilhão, concedido pela instituição de fomento, teve o vencimento renegociado para junho próximo.

O consórcio tem Odebrecht TransPort e a Changi, de Cingapura, no grupo de controle, com 51% do negócio. Os outros 49% estão nas mãos da Infraero. Na fatia privada, 60% são da Odebrecht. O RIOgaleão venceu leilão em 2013, com lance de R$ 19 bilhões, pela concessão do aeroporto do Rio de Janeiro por um prazo de 25 anos. Com receita inferior aos pagamentos anuais devidos ao governo, o consórcio suspendeu o pagamento das outorgas em meados de 2016. Dos R$ 930 milhões que deveria pagar no ano passado, quitou R$ 120 milhões em dezembro. De lá para cá, paga R$ 9 milhões por mês. A parcela em outorgas deste ano, que beira R$ 1 bilhão, tem vencimento em maio.

Em dificuldades, a Odebrecht TransPort, braço da área de rodovias e mobilidade do Grupo Odebrecht, investigado pela Operação Lava-Jato, anunciou no ano passado que venderia ativos, confirmando que negocia a venda de sua fatia no RIOgaleão. A situação da companhia vem dificultando a liberação de um empréstimo de longo prazo solicitado pelo consórcio ao BNDES.

Alem da reestruturação societária, com a entrada de um novo investidor, o socorro ao Galeão virá também de uma portaria que o Ministério dos Transportes planeja publicar esta semana, informam fontes. Ela vai permitir a reprogramação do pagamento das outorgas, com parcelas antecipadas e, com isso, aval para ter períodos com pagamentos suspensos.