Cotidiano

Empresas de armazenamento pessoal passam por expansão

_dsc8119.jpgRIO – Quando recebia visitas em sua casa, a fonoaudióloga Claudia Wrobel sempre encarava um problema: arrumar a sala, constantemente cheia de malas, roupas de frio e outras coisas sem lugar definido. Durante muito tempo, ela simplesmente botava tudo no hall, e levava de volta depois.

O problema terminou há sete meses, quando Claudia passou a utilizar um serviço de self storage. A ideia é simples: pessoas físicas ou empresas que enfrentam a falta de espaço podem alugar um box e deixar lá o que quiserem.

O preço varia de acordo com o tamanho do box, que pode ser uma pequena caixa ou se assemelhar a um verdadeiro cômodo. Os contratos, geralmente, são mensais, e há a possibilidade de fazer um seguro.

? Comecei a guardar muita coisa, virou uma extensão da minha casa ? explica Claudia, que alugou um box de 4m², ao custo de R$ 460 por mês.

Muito popular em alguns países do exterior, o serviço ainda dá os primeiros passos no Brasil.

? O grande desafio do setor é mostrar para as pessoas que ele existe, e como elas podem tirar proveito, em termos de conforto e economia ? explica Rafael Cohen, que criou a Smartbox Brasil em 2009. A empresa tem duas unidades: Ramos e São Cristóvão.

O tamanho dos imóveis é uma das principais razões para utilizar o self storage. É o caso do perito judicial Octavio Rezende Filho, de 63 anos.

? Moro em um ótimo apartamento, mas é pequeno. Ao invés de me mudar, resolvi recorrer ao serviço ? conta.

Ele utiliza um box de 6m², por R$ 370 mensais. Lá, guarda livros, discos de vinil, uma bicicleta e até pranchas de surfe.

Já a engenheira Daniele Veras, 34 anos, usou o serviço temporariamente, quando passou um ano na Inglaterra.

? Fui morar fora do Brasil, e queria guardar algumas coisas de valor sentimental ? explica a engenheira, que alugou um box de 2,25m² por R$ 350.

Para Rodolfo Delgado, CEO da Guarde Perto, o setor está em expansão. Sua empresa, criada em 2013, tem três unidades (Botafogo, Centro e São Cristóvão) e vai inaugurar outra na Barra da Tijuca, em julho. A expectativa é chegar a dez até o final de 2017.

A praticidade do serviço é apontada como uma das principais vantagens.

? O contrato sai na hora, sem fiador, sem taxa, sem burocracia ? elogia Rodolfo.

No Brasil, há cerca de 150 empresas de self storage, sendo aproximadamente 60% em São Paulo. Já nos Estados Unidos, são 51.500 unidades. Para Allan Paiotti, CEO do GuardeAqui ? com 12 unidades pelo país, incluindo uma no Maracanã, desde 2004 ? isso indica que ainda há espaço para crescer.

? Nos Estados Unidos, o setor apresenta taxas de retorno sobre o valor investido superiores às de shoppings, condomínios empresariais e centros comerciais. O setor tem enorme potencial para avançar no Brasil e atrair grandes empresas que hoje estão focadas em outros segmentos do mercado imobiliário ? aposta Allan.