Desorganização, dificuldade em cumprir horários, falta de foco. Esses são alguns dos sintomas encontrados em adultos com o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Ele surge na infância e pode passar despercebido, acarretando outras questões psiquiátricas para serem resolvidas pelo indivíduo.
Nesse sentido, o conhecimento acerca do transtorno se popularizou no decorrer da última década. Ainda assim, o TDAH é visto como algo que afeta apenas crianças, o que dificulta a procura por diagnóstico pelos adultos. A médica psiquiatra, doutora Regiane Kunz Bereza, comenta que apesar de começar na infância, o transtorno, principalmente quando não tratado, se mantém com o passar dos anos.
“Antigamente a procura por diagnóstico era muito menor por parte dos pais. O conhecimento sobre a existência do transtorno e seus sintomas era baixo e isso resultou em muitos adultos de hoje que nunca foram tratados, o que pode acabar se desdobrando em outros problemas”, pontua a médica.
Regiane aponta que mesmo com esforço, quando não tratado, o indivíduo com TDAH acaba apresentando capacidades limitadas com relação aos demais e isso acaba sendo visto como falta de comprometimento, preguiça ou mesmo irresponsabilidade. Entre as principais razões que levam adultos a procurarem assistência médica estão a desatenção no trabalho, a inquietude e a impulsividade.
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“A hiperatividade tende a desaparecer ou diminuir na vida adulta, mas é comum que o paciente seja mais desorganizado, tenha dificuldade para cumprir horários e perca as coisas com facilidade, o que traz prejuízos para vida pessoal e profissional”, destaca a psiquiatra.
Além disso, a falta de diagnóstico e a forma como as pessoas ao redor do indivíduo com TDAH a tratam podem facilitar o desenvolvimento de questões relacionadas à autoestima e outros transtornos mentais.
“A criança segue uma vida toda sendo taxada de burra, preguiçosa e irresponsável. Se ela internalizar essa dinâmica, passará a se ver dessa maneira, crescendo como um adulto que se julga incapaz. Com isso, a depressão e a ansiedade podem surgir”, explica Regiane
Ao detectar sintomas do TDAH é necessário que a pessoa procure ajuda médica. O diagnóstico é feito por meio de análise clínica conduzida por profissional especializado e o tratamento costuma envolver o uso de medicação e psicoterapia. Os resultados e tempo de tratamento variam de acordo com cada indivíduo e suas necessidades. “Com o tratamento é esperado um aumento na qualidade de vida do paciente, com melhora de desempenho no trabalho, nas relações interpessoais e na sua autoimagem, mas o tempo que se leva para tal e o proveito que se pode tirar desse processo é individual e está relacionado a várias questões como comorbidades, o quão intenso o transtorno é e o ambiente em que o paciente está inserido”, esclarece a psiquiatra.
Fonte/foto: Prozza Assessoria
