BRASÍLIA – Denunciado na Operação Lava-Jato e com parte dos bens sequestrados por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para eventual ressarcimento à Petrobras, o deputado Arthur Lira (PP-AL) foi eleito presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional. Lira vai ficar a frente do colegiado por um ano.
A escolha de Lira deu-se após o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR) desistir da disputa. Ele já presidiu no ano passado a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Lira é um dos principais aliados na Casa do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Como presidente da CMO, a primeira missão de Lira será escolher o parlamentar que vai relatar o projeto de lei que muda a meta fiscal para 2016, prioridade do governo do presidente interino Michel Temer no momento. Caberá ao deputado também escolher os relatores da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento de 2017, bem como dos demais projetos que tramitarão na comissão.
O deputado do PP foi denunciados pela Procuradoria-Geral da República em setembro do ano passado junto com sue pai, o senador Benedito de Lira (PP-AL). Os dois são acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por terem se beneficiado do esquema de corrupção na Petrobras. O ministro relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki já determinou bloqueio de bens do deputado e de seu pai no valor de R$ 2,6 milhões.
Lira aparece, ao menos, nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do dono da UTC, Ricardo Pessoa. Além de investigações pelo esquema de corrupção na Petrobras, ele responde a acusações de recebimento de propina de recursos desviados da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), estatal vinculada ao Ministério das Cidades e que era controlada pelo PP.