Foz – Como o caso corre em segredo de Justiça, a imprensa foi impedida de acompanhar os primeiros depoimentos à CPI instaurada pela Câmara de Foz para investigar o desvio de pelo menos R$ 4 milhões de recursos federais em forma de propina apontado pela Polícia Federal dentro da Operação Pecúlio.
Integrada por Dilto Vitorassi (presidente), Edílio Dall’Agnol (relator) e Nilton Bobato (membro), a comissão iniciou seu trabalho de forma mais efetiva na manhã de ontem, quando ouviu dois acusados de participação no esquema: o ex-secretário municipal de Obras, Cristiano Fure de França e o empresário Luiz Carlos Medeiros. Já o depoimento do também ex-secretário Evori Patzlaf foi transferido, a pedido, para a próxima segunda-feira.
“Os dois depoimentos foram muito produtivos. Compreendi as relações políticas e externas da Secretaria de Obras”, comentou Bobato, sem dar detalhes por força da necessidade de atender ao caráter sigiloso da investigação. “Os depoentes responderam todas as perguntas de forma lúcida e transparente”, reforçou Vitorassi.
CASSAÇÃO
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Vitorassi também deixou claro que a CPI Pecúlio está agindo com todo rigor necessário e que o caso poderá não se esgotar com o término da investigação feita por ela. Segundo ele, se restar comprovado que um esquema criminoso funcionava no âmbito da administração, será proposta a instauração de uma Comissão Processante para cassar o mandato do prefeito Reni Pereira.
TRABALHO DURO
Os membros da CPI Pecúlio terão um período de intensa atividade para apurar aquele que é considerado o maior caso de corrupção já descoberto na Prefeitura de Foz do Iguaçu. Esse trabalho, no entanto, será facilitado por documentos que a comissão já recebeu e outros que ainda serão encaminhados pelos organismos que participaram diretamente da investigação policial. Outros seis depoimentos considerados de suma importância estão agendados para amanhã, a partir das 8h30, quando serão ouvidos Paulo Gorski, Paulo Cezar de Araujo, Fernando Bijari, Edson Queiroz Dutra, Vilson Sperfeld e Rafael Sperfeld.
