Cotidiano

Comissão para avaliar impeachment será instalada segunda-feira

Dilma será notificada e terá prazo de dez sessões do plenário para apresentar defesa

Brasília – Já passava das 14h de quinta-feira (3) quando o primeiro-secretário da Câmara, deputado Beto Mansur, começou a ler o pedido de abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que tem 65 páginas e foi acatado no dia anterior pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha. A leitura deflagrou de forma oficial as investigações que podem resultar no afastamento da chefe do governo.

Pela manhã, Cunha comandou uma reunião que culminou com um acordo para que todas as legendas representadas na Câmara indiquem representantes para compor a comissão especial encarregada de analisar o processo, cuja instalação foi marcada para a próxima segunda-feira. A intenção é fazer isso em uma sessão extraordinária e o colegiado deverá se reunir no mesmo dia para escolher, em votação secreta, o presidente e o relator.

Rito processual

Com o início dos trabalhos da comissão, Dilma Rousseff será notificada e terá prazo de dez sessões do plenário para apresentar a sua defesa. A comissão especial terá, a partir disso, cinco sessões do plenário para votar o parecer.

Caso o prosseguimento das investigações seja aprovado, o parecer precisará passar pelo crivo do plenário e para ser aprovado, precisará dois terços dos votos da Casa (342). Isso acontecendo, Dilma terá que ser afastada do comando do País por até 180 dias para ser julgada pelo Senado nesse período.