
Os pacientes canadenses no estudo visitaram uma das sete clínicas de viagem do país, espalhadas por Colúmbia Britânica, Alberta, Manitoba, Ontário e Quebec. Quarenta e um deles foram diagnosticados com zika. Destes, quatro não apresentaram boa evolução: duas mulheres grávidas desenvolveram infecções congênitas que afetaram seus bebês; e dois outros pacientes tiveram sintomas da síndrome de Guillain-Barré, que pode causar paralisia temporária.
Com exceção de um caso de infecção através de relações sexuais, os casos de zika que fizeram parte do estudo provavelmente foram transmitidos por mosquitos Aedes aegypti, tão comuns no Brasil e em outros países da América do Sul.
Os sintomas mais comuns que os viajantes infectados com zika apresentaram foram erupções cutâneas e febre, seguidas de dores musculares ou nas articulares e dores de cabeça. Os médicos por trás do estudo destacam a importância da prevenção da doença em caso de viagem para áreas onde existe o vírus. O uso constante de repelente é uma das principais armas.
? Precisamos manter a prevenção em mente. As complicações são raras, mas existem ? ressaltou à “BBC” um dos pesquisadores do estudo, Sumon Chakrabarti, especialista em doenças infecciosas da Trillium Health Partners, um grupo hospitalar com sede em Toronto.
Ele também lembrou que é melhor mulheres grávidas ou que planejam engravidar evitem viagens à América do Sul e ao Caribe. E disse que as gestantes cujos parceiros viajaram para regiões com zika devem usar proteção durante o sexo ao longo de toda a gravidez.
Os pesquisadores observaram que o estudo foi limitado, por conta do pequeno número de participantes ? a amostra usada na pesquisa representa apenas 12% dos canadenses que contraíram o vírus da zika durante esse período de um ano. Portanto, para se ter certeza sobre o quão grave é a incidência de complicações no caso dessa doença seria preciso analisar todos os infectados.